quinta-feira, 8 de abril de 2010

Porque se vive?


Se o mundo físico e dinâmico tem as suas leis, reveladas pela ciência, imutáveis e universais, independentes da vontade humana, não é concebível que vida dos homens e das nações sejam deixadas ao sabor do acaso; que o nascer, o viver e o sofrer não sejam regidos por Leis Divinas.

Porque se vive?

Que leis desconhecidas regem as nossas vidas?

Porquê tanta dor, tanta miséria, tanta violência, em contraste com tanta beleza e harmonia encontradas na Natureza e no Cosmos?

É a eterna dúvida que reina nas nossas mentes. O que de mais importante existe em nossas vidas é SABER COMO VIVER, na procura da felicidade.

Segundo alguns filosofos, a lei que rege as nossas vidas no plano terra são os princípios morais, hoje em estudo pela ciência.

A vida dá provas de uma grande sapiência ao construir os seus organismos, dirigir os seus fenómenos, resolver os seus problemas e atingir os seus fins, que não podemos deixar de a considerar como um centro psíquico inteligente.

Perguntamo-nos:

Como a vida soube criar as maiores maravilhas, resolvendo problemas dificeis, deixa frequentemente suas criaturas indefesas à mercê de mil perigos e sofrimentos?

Como se explica tanta indiferença, ao lado de tanta sabedoria?

Como se justifica tanta negatividade destrutiva ao lado de tanta positividade construtiva?

Quando o individuo vem ao mundo, frequentemente o esperam a miséria, a doença, os sofrimentos materiais e espirituais de toda a espécie. Há gente condenada desde o nascimento a uma vida de sofrimento. E todavia as coisas estão combinadas de tal modo que o nascer é fatal, porque depende de instintos irresistíveis. Além disso, para tornar o nascimento inevitável,a vida é pródiga de meios. Ela que desperdiça em abundância incrível de germes, em grande parte destinados a morrer. Por exemplo, dos duzentos e cinquenta milhões de espermatozóides que conseguem contacto com o óvulo, somente um está destinado a viver. Se a vida deseja tanto que o ser nasça, ainda que seja para deixá-lo depois em condições de ter tudo menos uma felicidade garantida, então deve haver uma forte razão para isso. A finalidade da vida não pode ser o de gozar, ainda que os ingénuos possam crer nisso. Isto pode acontecer na juventude, quando o individuo se baseia no seu desejo e não na sua experiência. Mas, não há velho que, tendo vivido, conserve tal ilusão. Eis então, que devemos admitir que a vida tem uma outra finalidade, porque se assim não fosse, fazer nascer quem está destinado a sofrer será uma traição.

A realidade é que o verdadeiro objectivo da vida é outro. Entendido qual é, tudo encontra a sua explicação. Mas é necessário primeiro compreender o fenómeno Vida em seu desenvolvimento e finalidade.

A razão diz-nos que, além do Universo da Matéria e da Energia, deve haver também um Universo do Espírito constituido dos valores imponderáveis morais e ideais. Isto é, uma outra ordem de fenómenos regulados por leis que lhes disciplinam o funcionamento. Conhecer estas leis para depois adequar-se a elas, significa possuir a arte da conduta certa e portanto, poder gozar de todas as vantagens que dela derivam e evitar todos os danos que são consequência fatal de todo o erro contra aquelas leis.

É certo que a Vida pensa. Vemos seus efeitos, que nos revelam uma extraordinária sabedoria. Mas a vida não formula o seu pensamento com palavras, como nós fazemos. Ela age, não fala.

Ela apenas funciona, como acontece com todas as leis do universo, sem nos dizer nada a seu respeito. Vamos então tratar de compreender qual é, neste caso, a regra do jogo.

Evitar o erro é evitar a dor, forma como reage a lei para corrigir destinos. Esta lei pode ser chamada de Lei de Deus, porque exprime o seu pensamento, que dirige cada fenómeno, a todos os níveis de evolução e planos de existência. A dor aparece quando a ordem é alterada e assim somos advertidos por aquela sensação que chamamos de Dor. Isto em todos os campos é a expressão sensorial de uma violação da ordem da lei.

Poder-se-á dizer: mas eu não acredito em Deus!

Não tem importância. Apenas observemos os factos que nos mostram como funciona a vida. Não vamos pensar que o crer ou o não crer nas filosofias ou religiões pode mudar tal realidade. Da nossa forma mental e estrutura de personalidade, da nossa escolha e conduta depende o modo pelo qual cada um constrói a própria vida e o seu próprio destino. Primeiro semeamos e só depois colhemos. A relação causa-efeito é evidente. A vida é um laboratório onde encontramos os mais variados instrumentos e ingredientes. A vida é um impulso de crescimento, é um anseio em direcção à perfeição e à felicidade.

A grande aspiração é subir, mesmo que seja cada um no seu nível. Nisso manifesta-se a Lei da Evolução.

Devemos evoluir e para isso a vida é aquele laboratório que falei, isto é, uma escola de experimentação para aprender. Trata-se de construir o homem consciente, que sabe pensar por si, independente do juízo alheio, responsável, porque conhece a Lei, e segundo ela, SABE VIVER!

A Lei, imparcial e universal, paga a cada um o que for merecido. Neste trabalho não apresentamos produtos emocionais. Por aí compreende-se a importância de SABER VIVER. Assim, ao fim da vida, seremos ricos se soubermos adquirir novas e melhores qualidades, e seremos pobres se nada fizemos em consonância com a lei.


Pietro Ubaldi

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