quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As escolhas de uma vida


A certa altura do filme Crimes e Pecados,
o personagem interpretado por Woody Allen diz:
'Nós somos a soma das nossas decisões'.

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta
e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do cepticismo de Allen:
nós somos o que nós escolhemos ser,
o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que,
ao fazer uma opção,
estamos descartando outra,
e de opção em opção vamos tecendo essa teia que
se convencionou chamar 'minha vida'.

Não é tarefa fácil.
No momento em que se escolhe ser médico,
se está a abrir mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de actriz,
será quase impossível conciliar com a arquitetura.

No amor, a mesma coisa:
namora-se um, outro, e mais outro,
num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é
preciso decidir entre passar o resto da vida
sem compromisso formal com alguém,
apenas vivenciando amores
e deixando-os ir embora quando se acabam,
ou casar, e através do
casamento fundar uma microempresa,
com direito a casa própria, orçamento
doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras:
viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas,
mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera que pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses,
ser casados de segunda a sexta
e solteiros nos finais de semana,
ter filhos quando se está bem-disposto
e não tê-los quando se está cansado.

Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Por isso é necessário ler muito,
ouvir os outros,
estagiar em várias tribos,
prestar atenção ao que
acontece à nossa volta e não
cultivar preconceitos.

Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas,
elas têm que refletir o que nós somos.
Lógico que se deve reavaliar decisões e
trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar,
e não para anular a vivência do
caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto.
Não deixes de fazer nada que queiras,
mas tem responsabilidade e maturidade
para arcar com as
conseqüências destas acções.

Lembrem-se:
As vossas escolhas têm 50% de hipótese de darem certo,
Mas também 50% de hipótese de darem errado.

A escolha é tua...

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