quinta-feira, 19 de maio de 2011

Falsas liberdades



Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades.
Nunca se falou tanto em liberdade, e poucas vezes fomos tão
pressionados por exigências absurdas, que constituem o que
chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha,
mas somos conduzidos pela propaganda como gado para o
matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a
solidão e o medo tratados a remédio), cedo recorremos a
expedientes, porque nossa libido, quimicamente cerceada,
falha, e a alegria, de tanta tensão, nos escapa.

Lya Luft

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