sexta-feira, 15 de julho de 2011

Aprender Tantra

O Tantra tem sido usado atualmente por muitos como desculpa para uma sexualidade desequilibrada por parte de indivíduos que possuidores da preguiça e da arrogância típica não desejam fazer nenhum trabalho sobre si mesmos e acreditam que a evolução acontece por inércia.



O aspecto sexual é um dos lados desse complexo caminho.
A meditação, os pranayamas (exercícios respiratórios) e outros tantos exercícios, além de um profundo trabalho psicológico são partes importantes e inseparáveis do Tantra, sem os quais teremos apenas desequilíbrio.

Não dá para aprender Tantra em livros.

Como todo os conhecimentos profundos e dotados de grande poder o Tantra exige estudo e supervisão.
Aprender Tantra por livros é tão tolo e perigoso como se alguém tentasse aprender a nadar em um rio de forte correnteza a partir de um curso por correspondência.

Fomos criados em uma civilização muito desequilibrada e é óbvio que nossa psique ficou muito afetada por isso.
Portanto temos que trabalhar com nossa própria realidade interior antes de dar qualquer passo nesse caminho.
(…)
Como homem não compreendo o treinamento feminino para o Tantra, embora saiba que é profundamente diferente do nosso.
Mas sei que nesta primeira fase ele é idêntico.
Homens ou mulheres temos que começar nosso trabalho pelo psicológico.
Temos que remover aquilo que não somos, que foi imposto pelo condicionamento desequilibrante que chamamos de educação.

Homens ou mulheres somos entidades complexas, essências adormecidas envoltas por personalidades que se desenvolveram em respostas aos estímulos do meio.
Se concordamos que o meio é desequilibrado diferente não pode ser o estímulo que dele recebemos e menos pior não é o efeito.
Fica pois o alerta aos que dominados por uma imaginação doentia vêem no Tantra uma nova forma de satisfazer suas taras sexuais.
Para um tantrista a mulher é o mistério supremo.
(…)
Quando fantasiamos ao invés de estarmos presentes aqui e agora estamos jogando pela janela este dom maravilhoso, mágico que é o momento presente, único, irrecuperável.
Também no Tantra a fantasia inexiste.
É a contemplação entre os amantes, o observar do que são de fato, o brilho do olhar trocado, progredindo para as carícias, que vão pouco a pouco alimentando o fogo alquímico do sexo.

A mulher tem uma característica que noto é ignorada por grande parte delas.

Enquanto nós homens desde a puberdade até a andropausa somos sempre férteis, as mulheres todo mês tem um período no qual não são férteis.
Isso é muito revolucionário.
Vocês mulheres tem um período no qual estão livres do domínio biológico do instinto, não há um estímulo hormonal gritando:
“ Misturem os genes, continuem a espécie.”

A profundidade dessa informação não foi ainda suficientemente compreendida pela maioria.

Eu posso apenas dizer o que vejo nas mulheres xamãs com as quais convivo, que sabem ser a famosa T.P.M. (tensão pré menstrual) apenas um sinal da imensa porta que pode se abrir para todas as mulheres nesse período.
O nível de poder que observo nas minhas companheiras nesse período é algo que não posso descrever aqui, apenas citar, numa pálida alusão a este ser maravilhoso chamado mulher que felizmente pude aprender a respeitar e amar me libertando do condicionamento desta cultura decadente que ainda nos domina.
Portanto para um verdadeiro tantrista a mulher é o mistério supremo.
É a face amante da Deusa, que nos permite ir além de nossos limites, que nos nutre de uma nova energia, a qual não temos como encontrar em outra fonte.
Se a face mãe da Deusa nos amamentou quando éramos indefesas crianças é a amante que nos dá esse novo alimento que nos torna homens de fato, orgasticamente felizes.
A felicidade é profundamente ligada a realização orgástica, mas a realização orgástica não é apenas sexual.(…)

Nuvem que passa
in, pistas do caminho

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