segunda-feira, 2 de abril de 2012

Admirável Mundo Novo



A chegada de Plutão a Capricórnio, no final de 2008, foi a primeira das ondas de choque e veio anunciar a transformação que começaria a desenhar-se, lenta, mas irreversivelmente, no horizonte comum: a crise dos sistemas económicos, financeiros, sociais e políticos actuais, que não promovem nem permitem a evolução para uma humanidade mais justa e fraterna.


Mais tarde, em 2010, Úrano entrou em Carneiro e uma tempestade de indignação começou a rasgar os céus de todo o mundo, incendiando povos e nações na sua luta por liberdade, por pão e trabalho, pela sua dignidade. Os rastilhos tornaram-se curtos e o clima explosivo. E os arreios, naturalmente, ainda mais apertados.

Agora, e desde abril de 2011, somos inundados – quase literalmente – por uma terceira onda de mudança que adiciona poder, complexidade e subtileza às anteriores. Neptuno, o mitológico senhor dos oceanos, regressou ao fim de 165 anos ao seu domínio aquático: o oceânico, místico e redentor signo de Peixes.

Sonho ou pesadelo, acreditamos que a resposta depende, essencialmente, da escolha individual.

Todas as épocas, tendências, mudanças ou fenómenos colectivos são cartografados, em Astrologia, através dos planetas Úrano, Neptuno e Plutão – cujas órbitas e interacções simbólicas representam e desenham nos céus os ritmos e as etapas da nossa evolução.

Os seus movimentos têm espelhado, ao longo da história, o nascimento, o apogeu e o declínio de civilizações e impérios, revoluções e transformações sociais, culturais, científicas, estéticas, artísticas e espirituais.

Assim é a evolução conduzida por Úrano, Neptuno e Plutão, as suas qualidades simultaneamente impregnando e brotando (d)o espírito de cada época e de cada tempo, geração após geração – à medida que cada nova geração estende, ainda mais além do possível, e às vezes do imaginável, a percepção que a humanidade tem da própria dimensão.

O espírito do nosso tempo é o de uma grande oportunidade, aquela que inspira e torna possível – deixando-nos a escolha de a tornar real – uma visão mais grandiosa da humanidade para si mesma; ou talvez, somente, uma visão suficientemente digna.

Procuramos alcançar uma visão que reflicta o potencial verdadeiro e genuíno do espírito humano, que é fraterno, solidário, e empenhado em criar sociedades justas– quando não falam mais alto a sobrevivência e o medo que o mantêm aquém de si mesmo – e é essa orientação gradual para o colectivo que expressa a evolução da consciência humana enquanto se torna mais e mais universal, mais e mais global, mais e mais inclusiva – e à medida que Úrano, Neptuno e Plutão cumprem as suas órbitas e respectivos ciclos, repetindo-os infinitamente sem que nunca, em rigor, se repitam, conduzindo-nos ao nosso destino, individual e colectivo.

Não é o fim do mundo: é a evolução 

Urge recordar que “crise” significa crucial, cruz, cruzamento: o momento em que os destinos – os caminhos – se cruzam; em que um novo caminho pode ser iniciado; em que um velho caminho é abandonado e outro escolhido: a oportunidade de iniciar o “caminho menos percorrido”, como lhe chamou M. Scott Peck.

Na medida em que permitimos – já para não dizer, colaboramos com – a inevitabilidade da mudança e da transformação evolutivas não sofremos, ou sofremos menos. Afinal, só quando o nosso desejo de mudança ultrapassa o nosso desejo – ou necessidade – de segurança aderimos, finalmente, ao que surge como condição fundamental da nossa própria evolução: a morte do passado para que o futuro se faça vivo.

Ao aceitarmos e permitirmos a morte (i.e., os fins de ciclo) de tudo o que já tenha cumprido a sua função, criamos os espaços vazios necessários à eclosão e germinação das sementes do novo e do futuro.

Ao aceitarmos que o futuro é inevitável e melhor e que, com ele, chegam à nossa porta e à nossa vida, grandes, pequenas e eternas mudanças, preparando-nos o mais possível para as mesmas, tiramos melhor partido da vida – mesmo quando, aparentemente, esta contraria os nossos espúrios planos, as nossas certezas e aquilo que, para nós, já havia sido concretizado, conseguido, concebido ou pensado até à última instância.

O passado costuma ser o preço do futuro. Este é invariável e inevitavelmente melhor do que o passado. Por muito que nos tenha custado largar os calhaus pontiagudos com que escrevíamos na caverna da pedra lascada, seja honesta e confesse: Não prefere escrever com papel e esferográfica? Comunicar com os amigos por telemóvel em vez de sinais de fumo? Poder comprar frango embalado em vez de ter de mandar o seu marido caçar mamutes?

Este é o preço da evolução. A humanidade não vai acabar – nem a troika – pelo menos, não já.

(...)

Plutão não volta a mudar de signo, nem de mensagem, senão em 2024. 

Nessa altura teremos as nossas estruturas a funcionar e prontas para apoiar a sua entrada em Aquário. 
Então, algo mais se transformará.

Daqui por 250 anos, Plutão volta a entrar em Capricórnio. 
Não se apoquente. Os netos dos seus trinetos – ou os marcianos – que lidem com isso.

Por agora, todos tentamos colocar a vida em ordem e ganhar maior controlo sobre a mesma.

Úrano em Carneiro foi o despertador cósmico que começou a tinir, precisamente desde então, sobre as nossas cabeças; o despertador da indignação. Nos meses que se seguiram, um pouco por todo o mundo, povos e nações inteiras começaram a reivindicar os seus direitos perante os abusadores do poder.
(...)
Neptuno em Peixes traduz-se numa maior consciência de unidade: expressa-se na ecologia, na integração espírito/ mente/ emoção/ matéria, na mente perscrutando os mistérios da mente e descobrindo novos mundos dentro do mundo: mundos que já existiam, simplesmente ainda não chegara a altura de serem explorados.

Por diluir as fronteiras, fundindo e englobando tudo no mesmo abraço oceânico, Neptuno simboliza – e dissemina – a compaixão; contudo, ao fazê-lo, Neptuno pode também simbolizar a propagação de coisas menos boas, como a fragilização das defesas e o arrastamento em ondas colectivas sem controlo. Tudo o que se dissemina, seja uma gripe, epidemia ou contaminação colectiva, seja a histeria emocional ou o medo, ou até mesmo rumores, boatos, e contrainformação, possui uma dimensão viral, isto é, potencialmente perigosa.

Com a entrada de Neptuno em Peixes, signo onde passará 16 anos, o conceito de que estamos todos ligados sobe a um novo patamar. A última vez que Neptuno esteve em Peixes assistimos à abolição da escravatura e da pena de morte. Agora, iremos sentir como nunca a injustiça e o sofrimento do outro, até que reconheçamos que ninguém pode estar realmente em paz enquanto existir sofrimento no mundo.

Já lhe ocorreu que estes possam ser ensaios cósmicos da vida em comunidade?

E que, na impossibilidade de basear as nossas relações naquilo que de material tenhamos para dar, é a nós próprios, e de nós próprios, que teremos de aprender a dar no contexto das nossas relações? Como escreveu Helena Sacadura Cabral, no amor “o difícil não é dar. É dar tudo”-

Teremos de aprender a dar no seu sentido mais verdadeiro, pois, enquanto não for de nós próprios que damos, nunca as nossas relações se tornarão reais. Enquanto não dermos, com a mesma disponibilidade e intenção, também àqueles que não conhecemos, nunca o nosso amor será mais do que um amor pessoal, egoísta, e muito aquém do amor que a humanidade está a ter oportunidade de aprender e expressar: amar sem olhar a quem.

A humanidade pode aproveitar uma boleia como esta, se reconhecer na “crise” colectiva a oportunidade para criar uma sociedade global mais justa e equitativa entre indivíduos e nações. Basta recordar que Plutão em Capricórnio representa o fim da velha sociedade e o poder de construir uma nova; Úrano em Carneiro, o novo homem e a impaciência com o velho, na luta pela próxima versão de si mesmo; e Neptuno em Peixes simboliza o humanismo espiritual a que estamos destinados, ou os véus ilusórios de fantasia, autoengano e irrealismo que nos cegam para a dimensão e a natureza do que está a acontecer no mundo.

Transformando 
prepotência em poder pessoal,
revolta em coragem,
impaciência em acção decidida,
desilusão com as nossas próprias expectativas na oportunidade de darmos, mais e mais completamente de nós mesmos, em nome de algo significativamente maior,
podemos aproveitar estas ondas de mudança.

Possam, por isso, homens e mulheres de boa vontade honrar, durante os próximos anos, a visão de Neptuno em Peixes com a coragem de Úrano em Carneiro e o poder de Plutão em Capricórnio, pois serão esses os heróis do futuro e, por Amor, o mundo será seu.


Nuno Michaels


Pois é...
Janeiro de 2009 começou a derrocada, e está para ficar...aguenta coração!!!! 
Não Arreia!!!!!!!!!!!!!!!!
Tanta quadratura junta...
Quadratura Saturno - Plutão
Quadratura Urano - Plutão
Saturno em Balança, na minha Casa 6, a casa do trabalho, da profissão...
Em 2012 Saturno entra em Escorpião, na minha casa 7, casa das parcerias, até 2015...
Ai o caralhinho...aguenta a borrasca até Setembro de 2015!
Maktub

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