domingo, 8 de abril de 2012

O FEMININO NAS SOCIEDADES OCIDENTAIS



Porque esta obsessão da negação das mulheres pelas religiões patriarcais?
Esta impureza das mulheres mas mais do que isso, esta profunda misoginia, esta negação da humanidade no sexo feminino, encontramo-la nas três religiões monoteístas de forma exacerbada.
Também a encontramos noutros lugares. Esse caminho também foi percorrido pela Índia. Mas aquilo que espanta e também nos atrai é que ainda persiste a imagem do Grande feminino.

Nos templos, podemos encontrar a divindade feminina.

Enquanto no ocidente, tem-se a impressão de se tratar apenas de folclore bárbaro, pura imaginação. Mesmo com as universitárias, falar do divino feminino parece lhes algo de carnavalesco. Para elas o divino feminino é unicamente mítico. Elas não vêm que o mito foi história. É nesse ponto que se fixa o meu trabalho.

Contrariamente ao que dizia Jung, a mitologia não é um arquétipo fixo, é também história.
Ora se ficarmos no mito apenas, por exemplo, o das amazonas, das mulheres fortes, portanto no inconsciente colectivo, isso não fará mal a ninguém porque o castramos da sua historicidade para deixar isso numa terra de ninguém, fora do tempo e do espaço.
Então é aí que se torna curativo sublinhar que existiu um outro feminino para além da visão patriarcal, que não foi nem sujo nem demonizado. 
O casamento sujo é o casamento patriarcal, que é o casamento de um dominado e de um dominador.

Françoise Gange

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