sábado, 22 de dezembro de 2012

..........um natal e um ano-novo inventado



Linhas para amigos e amigas de todas as partes, 
de um natal e de um ano-novo inventado.

Tenho amigos de todos os colores.
Carrego continentes de todas as árias.
Num quase mínimo acorde musical.
Guia-me um deus que senta comigo. 
Assim, ando quase sempre de bicicleta,
margeada por cercas-vivas de papoilas vermelhas e amarelas.
Tem um pipoqueiro na minha paisagem provinciana 
e uma radiadora sentimental.
Eu nunca deixei de brincar.
Amigo é mantra que me adormece e desperta.
E tem mais.
Sou acometida por indignações, desde antes da fala.
Para a mínima coisa que cerceia a liberdade e semeia o medo, não.
Posso ficar meses lá fora e camuflada atrás da porta.
Sou bem pequena, também.
Avisto multidão no olho de quem se ausenta.
E me retraio no pavor de não mais conseguir ver.
Natal é mirar, quotidianamente, a estrela que se oculta,
em linhas de fuga.
Natal é devir-criança, 
no jogo das mão dadas diante de um mundo que se acaba, todos os dias.
E nasce.
É isso que nos desejo,
força-arte para recriar a estrela que nos guia,
flores vivas para adornar desertos.

Gloria Diogenes

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