sexta-feira, 27 de setembro de 2013

TALVEZ AS MÃES...


Lobo Antunes em Israel (2005), em que à pergunta do jornalista sobre como é que a situação entre Israel e a Palestina poderia mudar, o escritor disse uma coisa extraordinária...

- "Talvez as mães...talvez as mães por tanto sofrimento em carne viva dos seus filhos possam mudar as coisas”


Concordo totalmente com Lobo Antunes.
Essa ideia surge-me muitas vezes.


Sobre isto, diz José Pinheiro Neves:

"O psicólogo Arno Gruen, autores da esquizo-análise como o psicólogo Felix Guattari, Gregory Bateson, mulheres ligadas ao movimento pós-feminista como a bióloga Donna Haraway, o psicólogo gestaltico Claudio Naranjo, as comunidades mayas no Mexico geridas pelos Zapatistas e por cristãos da teologia da libertação e muitos outros e outras convergem nessa ideia base: a origem desta bestialidade chamada "modo de vida patriarcal capitalista" está na relação de uma mãe masculinizada com o seu filho ou filha. 
As grandes resistentes e heroínas deste tempo de barbárie são as mães e suas amigas e amigos que se recusam a aceitar o mito da superioridade masculina.
São as mães que dão um amor incondicional não lamechas. 
Que resistem miraculosamente à intoxicação dos media e da escola.
Escola já dominada em grande parte, apesar das boas intenções de milhares de generosos professores, pelo narcisismo masculinizado de tipo bullying dos pares aparentemente suave mas mais perigoso porque não é detectável.
Torna-se por isso necessário defender e praticar uma ecologia profunda que denuncie o horror desta civilização patriarcal.
As mães que não se submetem ao mito da superioridade masculina são as autênticas ecologistas e terapeutas da mente. 
Deveriam ser apoiadas pelos que no Estado ainda têm uma réstia de lucidez.
Uma política virada para o abandono progressivo do trabalho assalariado, pelo retorno à mãe-terra, abandono do crescimento violento e masculino em beneficio de uma economia de decrescimento baseada no principio da feminilidade e retorno à terra, na felicidade bruta nacional como sucede no país budista do Butão, às comunidades auto-suficientes, às viagens telepáticas com o coração, etc.
Uma utopia realista que não pode ser adiada sob pena de destruição do que resta de vida planetária."

Sem comentários:

Enviar um comentário