sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Cave art in the tropics




Pinturas rupestres na Ásia contrariam visão eurocêntrica da espécie humana.

Um estudo publicado na revista Nature revela que as pinturas rupestres descobertas na Indonésia afinal têm perto de 40 mil anos e são tão antigas como as europeias. Uma revelação que contesta a tese e a visão eurocêntrica da espécie humana.
Quando foram descobertas na década de 50 na ilha Sulawesi, na Indonésia, as pinturas rupestres foram datadas com menos de dez mil anos, por causa da erosão rápida típica desta região tropical, que destruiria os desenhos.
Agora, a investigação realizada por uma equipa de cientistas australianos e indonésios, com recurso a uma tecnologia que permite a datação através do decaimento de urânio, mostra que as pinturas têm até 39.900 anos. Ou seja, são apenas 900 anos mais recentes do que a primeira representação conhecida, um disco vermelho desenhado na gruta El Castillo, no norte da Espanha.

«O nosso estudo demonstra que, quase ao mesmo tempo, havia homens do outro lado do mundo que faziam pinturas de animais tão notáveis como as das grutas de França ou de Espanha, durante a Era Glacial», disse o arqueólogo Maxime Aubert, da Universidade de Griffith, na Austrália, um dos autores da pesquisa.

Para descobrir a idade das 14 pinturas (12 desenhos de marcas de mãos humanas e duas representações figurativas de animais), os arqueólogos mediram os isótopos radioativos nas formações rochosas onde os desenhos foram feitos, e descobriram que têm entre 39.900 anos e 17.400 anos.

Apesar de não ser possível datar a tinta da pintura, a datação por urânio consegue estimar a idade das pequenas formações de carbonato de cálcio que surgiram na sua superfície, conhecidas por "pipocas de calcário" ou "pipocas das grutas" devido ao aspeto.
Os investigadores alertam para o facto de os testes efetuados revelarem apenas a idade mínima das amostras e, por essa razão se colocar a hipótese de serem ainda mais antigas.

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