sábado, 6 de dezembro de 2014

Política e religião: entre o mal e o bem




“O desejo de saber o porquê e o como chama-se curiosidade, e não existe em qualquer criatura viva a não ser no homem. Assim, não é só por sua razão que o homem se distingue dos outros animais, mas também por esta singular paixão”

Thomas Hobbes


A curiosidade humana pressupõe uma atitude crítica diante dos factos, dos discursos e das ideologias que interpretam-nos. Trata-se uma postura de ruptura com o maniqueísmo, o sectarismo e o dogmatismo que tomam a sua verdade como a verdade absoluta.

O olhar curioso não se contenta com a divisão do mundo em polaridades absolutas, entre o mal e o bem; é um olhar que coloca em suspenso as nossas certezas, os nossos preconceitos e os princípios que geralmente aceitamos como dados para a análise da realidade. Esta é muito mais complexa do que os fáceis raciocínios esquemáticos e próprios dos que se vêem como profetas e guardiões do bem, da palavra e do livro sagrados, contra o outro, o qual representaria o mal.

Embora sejam esferas autónomas da acção humana, política e religião se mesclam tanto no que diz respeito ao quanto aos recursos práticos. Na verdade, a política não pode prescindir plenamente da religião e, em certas circunstâncias, o discurso religioso cumpre uma função claramente política. Dessa forma, o dissidente político passa a ser tratado como o herege, merecedor de todas as punições; os que não aceitam o poder político imperial e hegemónico passam a ser classificados como representantes das forças do mal; os que defendem a ordem social vigente não titubeiam em demonizar os seus oponentes; o mal é incorporado no outro. A linguagem maniqueísta transforma o bem em mal e vice-versa. Pois o que representa o paraíso para uns, pode ser o inferno para outros. Nesta senda, a política é pensada como a luta entre o bem e mal.

A modernidade pretendeu romper as amarras da superstição e da ignorância e instituir a razão; pleiteou a separação do Estado das amarras da moral religiosa e do poder espiritual representado pelas autoridades eclesiásticas.
Maquiavel advogou que a acção política tem um status próprio e diferente da moral religiosa.
A acção política busca resultados; o estadista, ao contrário do profeta, é julgado por sua eficácia. O florentino observa que, do ponto de vista da política, o mal e o bem não são absolutos; o mal pode se transmutar em bem, e vice-versa. Cabe ao estadista ter a sabedoria (virtù) para usar o mal e o bemconforme a necessidade. 
Como afirma Maquiavel, 
“o tempo arrasta consigo todas as coisas 
e pode transmudar o bem em mal e o mal em bem” 
(1977)



A lógica da força

Referir-se ao bem e o mal nos leva a um aspecto negligenciado e/ou objecto de polémica: a violência na política. Os gregos ensinaram que a política é a esfera da pólis, o que pressupõe argumentação e discussão de ideias.
Hannah Arendt observou que a política, isto é, o poder político, se refere ao colectivo, pressupõe consenso e se legitima no consentimento do povo.
“O poder e a violência se opõem: 
onde um predomina de forma absoluta, o outro está ausente”. 
(ARENDT: 1973)

Porém, se é verdade que o poder, em sua essência, se distingue da violência e que não se sustenta única e exclusivamente pelo recurso a esta, também é facto que o poder não prescinde da violência e recorre à mesma sempre que necessário.

Como escreve Bobbio:

“O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos grupos que actuam num determinado contexto social, exclusividade que é o resultado de um processo que se desenvolve em toda sociedade organizada, no sentido de monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coerção física” 
(1992)

O monopólio da coerção física é a condição sine qua non da soberania do Estado moderno.
Essa tese, compartilhada por marxistas e liberais, concebe a política como uma actividade cujo locus e referência é o Estado.
Foucault expressa a voz dissonante nessa maneira de ver a política.
Para ele o poder está difuso pela sociedade:
“A questão do poder fica empobrecida quando é colocada unicamente em termos de legislação, de Constituição, ou somente em termos de Estado ou de aparelho de Estado” (1979). 
O poder se manifesta em todos os aspectos da vida humana, em todos os níveis da sociedade, interligados ou não ao Estado. Na concepção foucaultiana, o poder impregnou o próprio corpo, encontra-se exposto neste.

Chega a ser preocupante como a santa ingenuidade e/ou a ignorância quanto aos factos históricos resultam num moralismo abstracto no que se refere à presença da violência na política. As boas consciências ficam estupefactas e até demonstram um certo mal estar quando se confrontam com esta realidade histórica.
“Mas como pode ter sido assim?”, se perguntam; e terminam por debitar tais eventos à sanha pelo poder deste ou daquele indivíduo, desconsiderando-se o processo histórico e, inclusive, a realidade presente.

A política, para o bem ou para o mal, não prescinde da violência.
A ascensão política da burguesia exigiu rupturas fundadas no recurso à guerra e à revolução; do ponto de vista económico, não foi diferente: a burguesia precisou expropriar violentamente os camponeses e transformá-los em mão-de-obra livre, isto é, prisioneiros do sistema industrial enquanto trabalhadores assalariados. A revolução industrial consumiu, literalmente, milhares de corpos, em especial as mulheres e crianças. O progresso da civilização encontra-se estreitamente vinculado ao sangue de milhões, vítimas da expansão colonialista e da escravidão.
“Se o dinheiro, segundo Augier, “vem ao mundo com manchas naturais de sangue em uma de suas faces”, então o capital nasce escorrendo por todos os poros sangue e sujeira da cabeça aos pés” (MARX, 1985)

Eis o pecado original da burguesia ou “o segredo da acumulação primitivo” desvendado por Marx em O Capital.

“Essa acumulação primitiva desempenha na Economia Política um papel análogo ao Pecado original na Teologia. Adão mordeu a maça e, com isso, o pecado sobreveio à humanidade. Explica-se sua origem contando-a como anedota ocorrida no passado. Em tempos muito remotos, havia por um lado, uma elite laboriosa, inteligente e sobretudo parcimoniosa, e, por outro, vagabundos dissipando tudo o que tinham e mais ainda. A legenda do pecado original teológico conta-nos, contudo, como o homem foi condenado a comer seu pão com o suor de seu rosto; a história do pecado original económico no entanto nos revela por que há gente que não tem necessidade disso. Tanto faz. Assim se explica que os primeiros acumularam riquezas e os últimos, finalmente, nada tinham para vender senão sua própria pele. E desse pecado original data a pobreza da grande massa que até agora, apesar de todo seu trabalho, nada possui para vender senão a si mesma, e a riqueza dos poucos, que cresce continuamente, embora há muito tenham parado de trabalhar”
(MARX, 1985)


Que seria dos poderosos e suas nações sem o extermínio de populações inteiras?
Por acaso as duas grandes guerras mundiais, o holocausto, o nazismo e o stalinismo, são obras apenas da irracionalidade humana desvinculadas dos interesses políticos e económicos em permanente disputa?
Foi a lógica da força que se impôs.

Eis a outra face da política: a força materializada na violência em toda a sua crueldade.
Este factor, por mais bárbaro que se apresente, não é estranho à acção política.
Maquiavel, analisando os exemplos históricos do seu tempo, observou como o uso da violência aberta resultou em determinados casos em fracasso e noutros em sucesso.
A que se deve esta diferença? Ele responde:

“Creio seja isto consequência de as crueldades serem mal ou bem praticadas. Bem utilizadas podem ser chamadas aquelas (se bem se pode dizer do mal) feitas de uma vez só, pela necessidade de prover sua própria segurança, e depois são relegadas à margem tornando-se o mais possível em vantagens para os súbditos. Mal utilizadas são as que, se bem sejam a princípio poucas, não se extinguem mas crescem com o tempo.” 
(Maquiavel, 1977)




Política e religião

A violência está presente em nosso quotidiano – inclusive assumindo formas dissimuladas. Ela reina na periferia das grandes cidades, envoltas numa guerra civil diária não assumida pelas autoridades; ela é prevista e legitimada no poder político, isto é, constitui uma das funções do Estado, mesmo o democrático.
Qual Estado pode abrir mão do recurso da coerção e de todos os meios necessários para forçar os cidadãos a obedecer a ordem dominante?

Tudo isso parece não existir para determinados indivíduos que vivem no mundo das nuvens e reduzem as contradições sociais à eterna luta do bem contra o mal. Como que num transe colectivo, mas que paradoxalmente objectiva a salvação individual, estes guardiões da moral e dos bons costumes adoptam uma postura apolítica e voltam-se para o intimismo.
São profetas bem intencionados que constroem a cidade de Deus, isto é, cuidam das suas almas.
As questões sociais que assolam este país passam ao largo. Sobram discursos que garantem audiência e, por trás da histeria colectiva e individual, cada um busca sua própria salvação, ainda que afirmem amar ao próximo!
Eles se aglomeram e oram, mas se limitam ao individualismo egoístico espiritualizante.

Ledo engano!
A individualização das soluções para problemas terrenos, sociais, económicos e políticos, deslocados para um plano transcendental e intimista também cumpre um papel político: alivia a pressão e funciona como uma espécie de anestesia colectiva. Afinal, este intimismo religioso não questiona a realidade social desigual e desumana, nem inquire sobre os responsáveis por tal situação.
Induz ao conformismo!
Que se entregue à divindade o bónus e o ónus!
Ele assim o quis, assim o será!
Que as coisas permanecem como estão; a nossa recompensa está no além.
Essa mensagem de resignação é mais antiga do que parece.

Rosa Luxemburgo, em “O Socialismo e as Igrejas”, analisou como a instituição se tornou dominante e, neste sentido, ligada à dominação. Nesta trajectória, a instituição teve que negar suas origens e adoptar um discurso que, já naquela época, mascarava as verdadeiras causas dos males sociais: O clero, falsificando o primitivo ensinamento do Cristianismo que tinha por objectivo a felicidade terrena dos humildes, tenta hoje persuadir trabalhadores de que o sofrimento e a degradação que suportam não provêm duma estrutura social defeituosa, mas sim do céu, da vontade da “Providência”. 
Assim a Igreja mata nos trabalhadores a força, a esperança e o desejo dum futuro melhor, mata a fé em si próprios e o respeito por si mesmos. 
Os padres de hoje, com seus ensinamentos falsos e venenosos, mantêm continuamente a ignorância e a degradação do povo.”

Ontem como hoje, os poderosos agradecem a tais profetas.

Eis como a religião no mundo actual adentra na política: afastando-se desta ou procurando instrumentalizá-la em nome de uma moral fundamentalista. Esta postura individualista e/ou conservadora é a resposta aos que vêem na religião uma força que deve se aliar à política para construir o reino de Deus aqui na terra, mas numa perspectiva colectivista e que pressupõe uma opção política pelos pobres e oprimidos.

O senso comum diz que religião e política não se discutem.
Pelo contrário, precisamos reflectir sobre a relação entre violência e política e, por outro lado, entre estas e a religião.
Um simples olhar sobre a história da humanidade evidenciará a simbiose existente entre política, religião e violência.
Como podemos esquecer, por exemplo, a barbárie dos ‘santos inquisidores’ de ontem e de hoje, uns em nome de Deus, outros em nome da razão do Estado?
E o horror da noite de São Bartolomeu?
Que seria dos conquistadores da América se não utilizassem os recursos da Santa Madre? Seria a violência política suficiente para subjugar os povos dessas terras?
E não foi a religião o cimento ideológico que justificou barbaridades como a escravidão do negro e a submissão secular da mulher? 
O puritanismo protestante foi empecilho para a dizimação dos povos indígenas na América do Norte?
E as risíveis cenas, se não fossem trágicas, de religiosos, de um e outro lado, santificando exércitos em guerra?

Gostemos ou não, política, violência e religião entrelaçam-se em diversos contextos históricos.

Há mesmo determinadas circunstâncias onde estão de tal forma amalgamados que é difícil distingui-los.
Assim, a luta entre o Parlamento e a Coroa inglesa no século XVII parece, ao estudioso desavisado, simples disputa religiosa entre puritanos, anglicanos e católicos.
O mesmo podemos observar quanto ao conflito histórico entre protestantes e católicos na Irlanda e entre palestinos e israelenses no médio oriente.
Em ambos os casos, factores político-sociais secularmente sedimentados e influenciados pelas mudanças na política internacional produziram realidades complexas com problemas aparentemente insolúveis fora do recurso à violência.
E mesmo quando busca-se uma solução pacífica, resultante das pressões políticas internas e externas dentro de uma nova realidade internacional, a violência não está descartada.
E tudo parece uma disputa religiosa...

Os exemplos são muitos.
Podemos encontrá-los inclusive em nossa história.
Para não nos alongarmos, lembremos apenas que nossa frágil democracia conheceu poucos períodos onde pôde desenvolver-se pacificamente.
Na República Velha, a oligarquia cafeeira tratou a questão social como caso de polícia e teve que enfrentar a revolta armada da classe média da época: o movimento tenentista.
Esse movimento gerou a ‘Revolução de 30’, um acto violento que, entre outras coisas, fecundou o Estado Novo.
Na ditadura estadonovista de Vargas, cristãos que simpatizavam com os americanos ou com os nazi-fascistas se uniram contra o inimigo comum, identificado com o próprio demónio na terra: o comunismo.
A política, de novo, recorreu aos valores morais-religiosos para justificar o regime de excepção e a repressão.

Na segunda metade dos anos 40 tivemos a ilusão democrática da legalidade para os comunistas. Parecia então que o demónio fora exorcizado. Sabemos o final desta história: nova onda repressiva, ilegalidade, clandestinidade.
A democracia da guerra fria, em nome da liberdade e dos valores democráticos, inverte a ordem dos valores: antidemocráticos são os outros, os comunistas. Dessa vez, porém, não precisou recorrer à religião (pelo menos não directamente).

Em 1964 a religião foi novamente utilizada na cruzada contra os esquerdistas — o que na época significa avanços das lutas dos trabalhadores. As madames católicas saíram às ruas em marcha fortalecendo a base social golpista; a cúpula da Igreja silenciou e/ou apoiou os golpistas. Mas, também é verdade que sectores minoritários dessa mesma Igreja adoptaram uma postura corajosa e favorável aos explorados e oprimidos, contra o golpe militar, pela democracia e por uma sociedade justa e igualitária.
De qualquer forma, política, violência e religião mesclam-se.

Política e violência unem-se ainda na resistência ao golpe.
De um lado a repressão militar, as torturas, os desaparecimentos de filhos e filhas da nossa terra; de outro, a ilusão de que o povo enfrentaria em armas a ditadura militar impulsionado pelo exemplo da sua vanguarda. Às mães e pais desses jovens que sucumbiram nas garras do aparato repressivo estatal e paraestatal restaram a dor e a triste realidade de quem nem tem o corpo querido sobre o qual chorar. Para os que professam a fé restava o consolo da religião.

A democracia que temos foi regada com sangue. 
Não podemos esquecer o passado.

Temos a obrigação de legar às futuras gerações uma história que, quando muito, é tratada nos livros e bancos escolares. Lembremos dos que, com erros e acertos (mas só erra quem age) dedicaram a vida ao povo, ao sonho de uma vida melhor para os excluídos da cidadania.
Ontem tratados como terroristas, hoje como subversivos e outros epítetos. Seus nomes são vários. Lembremos de dois: Carlos Marighella, assassinado pela ditadura em 04 novembro de 1969; e, Santo Dias, assassinado pela polícia sob o governo Maluf em 30 de outubro de 1979.
Um, guerrilheiro e comunista; outro, operário metalúrgico, militante da Pastoral Operária.
Eis a política, a violência e a religião em acção...



A política para além do bem e do mal

O pensamento de Niccóllo Machiavelle pode ser criticado por tudo, menos por ser maniqueísta. Isso significa que a política deve ser pensada em sua realidade concreta – que exige meios nem sempre abonados pela moral – e não de maneira descritiva. Se é próprio aos filósofos contemplativos proporem o reino da justiça e da felicidade humana como uma utopia a ser alcançada, sociedades existentes apenas em suas cabeças, o homem de acção não pode se dar ao luxo de pautar-se pela idealização do real.
Neste aspecto, Maquiavel é realista e antiutópico:

“E muita gente imaginou repúblicas e principados que jamais foram vistos e nunca tidos como verdadeiros. Tanta diferença existe entre o modo como se vive e como se deveria viver, que aquele que se preocupar com o que deveria ser feito em vez do que se faz, antes a prende a própria ruína do que a maneira de se conservar; e um homem que desejar fazer profissão de bondade, mui natural é que se arruíne entre tantos que são perversos” 
(1977)

Os que imaginam a política prisioneira da moral, de noções como o bem e o mal, ou são ingênuos ou hipócritas.

“Aqueles que virtuosamente condenam Maquiavel geralmente o detestam por pregar o que eles próprios praticam, e ainda mais, por descrever o que praticam”, 

HOWE (1998)

Os primeiros parecem acreditar que o mundo é habitado por anjos e demónios e não por seres humanos, com qualidades e defeitos inerentes à sua humanidade e também com interesses opostos uns aos outros e propensos à discórdia.
Os homens competem, desconfiam uns dos outros e buscam o poder e a glória.
Somos ainda mais ingénuos e/ou hipócritas quando tentamos isolar a política do quotidiano, como se no dia-a-dia, independente de participarmos da política, não competíssemos e não buscássemos segurança e reputação.
Usando um termo que está na moda, esta atitude é uma forma de blindagem: os maus são os outros, os políticos; a boa consciência do indivíduo passivo e apolítico expressa a sua pretensão à pureza, à santidade; precisamos demonizar os políticos para justificar nossa passividade e descomprometimento diante dos dilemas sociais e humanos que envolvem o viver em sociedade.

A política não pode prescindir da moral.
Em outras palavras, por mais laico que seja o Estado, os políticos também serão avaliados pelos valores fundados em preceitos morais e religiosos.
Sua sabedoria consiste em saber usar isto a seu favor e contra os seus adversários.
Assim, é cada vez mais comum a presença da linguagem religiosa no discurso político. Mas se temos algo a aprender com a história é precisamente o facto de que o mundo dividido entre o bem e o mal é uma ilusão.
É certo que esta é uma estratégia eficiente para o arrebanhamento de prosélitos, mas é ineficiente para os que almejam compreender a realidade política e social para além do bem e do mal. Afinal, o mal e o bem é inerente ao humano, seja ele político ou profeta!



Palavras quase conclusivas...

A política não é o império do mal; nem muito menos a religião expressa o bem absoluto.
Se a primeira instrumentaliza o mal e o bem e, neste sentido, sacraliza-se; a segunda, na medida em que não pode se ausentar completamente do mundo real, institucionaliza-se e têm interesses materiais a defender, politiza-se.
Nisso, ambas utilizam o discurso do bem e do mal.
Política e religião são manifestações sociais legítimas; podem referenciar acções humanas que mantém ou transformam a sociedade – e uma se apoia na outra em seus objectivos.
Porém, quando prisioneiras de raciocínios maniqueístas, tendem a gerar fanatismo e intolerância. Nestes casos, à ingenuidade e ignorância soma-se a cegueira.
Também aqui, temos muito a aprender com a história; uma história que não se resume à identificação de mocinhos e bandidos, do bem e do mal...


António Silva

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