quarta-feira, 11 de março de 2015

Anda



"Não me digas a que vens 
Deixa-me adivinhar pelo pó nos teus cabelos
que vento te mandou. 

É longe a tua casa?
Dou-te a minha: 

Leio nos teus olhos o cansaço do dia que te venceu; 
e, no teu rosto, as sombras contam-me o resto da viagem.

Anda,

Vem repousar os martírios da estrada
nas curvas do meu corpo — é um
destino sem dor e sem memória. 

Tens sede? Sobra da tarde apenas uma
fatia de laranja — morde-a na minha
boca sem pedires. Não, não me digas
quem és nem ao que vens. 
Decido eu"

Maria do Rosário Pedreira



"Vou... e quero fazer contigo, 
o que a primavera faz com as cerejeiras."

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