quarta-feira, 8 de abril de 2015

Amit Goswami



O que é a morte?
A morte é quando a consciência pára de causar o colapso das possibilidades quânticas em eventos reais da experiência. Essa é a definição técnica da morte.
Então, isso é interessante, pois na física quântica todos os objectos são possibilidades.
Na verdade, momento após momento, incluindo nosso corpo e nosso cérebro, momento após momento nós causamos o colapso dessas possibilidades em eventos reais que experimentamos com o nosso corpo e o nosso cérebro. Quando perdemos essa capacidade de converter as possibilidades em eventos reais, nós morremos. 
Mas percebam o que está acontecendo: as possibilidades permanecem. É claro que algumas dessas possibilidades são possibilidades materiais. Essas possibilidades vão se desintegrar, no sentido do desaparecimento gradativo da estrutura, do desaparecimento gradativo da memória.
Os corpos se desintegram. Mas, além do material, temos também componentes subtis, como a nossa mente, como o vital, como os nossos arquétipos supramentais, que vão além da mente e do vital, que também definem o nosso ser. Esses corpos são subtis. Eles não têm estrutura nenhuma. Eles podem continuar para além da nossa morte. Esse é o conceito da sobrevivência após a morte.
Depois da morte, as possibilidades não podem mais sofrer colapso, não há evento real.
Mas, no momento do nascimento da próxima encarnação, haverá um evento por colapso. Naquele evento por colapso, o percurso inteiro de eventos descritos pelo Livro Tibetano dos Mortos se realizará. Somos incapazes de dizer se realmente se realizou. Porque somos somente memórias disso, como no Big Bang, que apenas se apresenta nas suas próprias memórias, nunca poderemos realmente comprovar o Big Bang, somente se apresentarão memórias semelhantes, apenas as memórias permanecerão. Onde elas permanecerão? Na memória do bebê recém-nascido.E aí entra a psicologia transpessoal, e as terapias de regressão de memória.
E, durante esse estado de regresso, eles são solicitados a fazer declarações e eles as fazem na medida em que se recordam delas. E, nessas declarações, as pessoas de facto se recordam do que poderá ter acontecido durante aquela viagem para além da morte, em direcção a outra vida.
E eles dizem coisas como, “eu escolhi os meus pais, o meu sexo, o que farei com esta vida”.
Isso sugere que, de fato, é verificável.


A consciência é a base de todo o ser.
Assim que você começa a lidar com medição quântica e conforme as possibilidades quânticas se tornam eventos reais da experiência, você deve pressupor a consciência. Não tem saída.
Essa é a única explicação e interpretação livre de paradoxos possíveis para a física quântica. Então, nós aceitamos o monismo idealista, mas ao mesmo tempo percebemos que, no seu próprio âmbito, a filosofia materialista e suas consequências são válidas, nada é negado. Então, na verdade, expandimos a nossa ciência para novos domínios de experiências dos quais a antiga ciência simplesmente não consegue tratar.
Então, todos deveriam realmente recebê-la bem, ao invés de ser antagónicos a ela.

Como a intenção...
As intenções são relacionadas à física quântica bastante elementar, porque nós já postulamos que a consciência é a base de todo o ser e compreende em si as possibilidades quânticas. E a consciência escolhe, dentre essas possibilidades, uma faceta e esta faceta se torna um evento real da experiência consciente.
Afinal, o que é essa consciência? 
O nosso bom senso diz sermos nós, o nosso ego, o estado comum da nossa consciência e, por isso, nós escolhemos. E muitas pessoas, de facto, lançaram-se a essa ideia quando um físico cunhou a frase “nós escolhemos a nossa própria realidade”. Parece maravilhoso. Assim, as pessoas começaram a escolher automóveis, grandes casas e começaram a desejar esse tipo de coisa.
O filme "O Segredo", na verdade, propaga essa ideia mesmo no ano de 2006, 2007. Portanto, mesmo a ideia original tendo esmorecido nos anos 1970, ela renasceu agora. Temos, portanto, esse problema. O que se deve fazer é analisar essa situação com um pouco mais de profundidade.
É mais subtil. Se dissermos que a escolha se dá no nível do ego individual, então surge um paradoxo. Suponha uma situação dicotómica.
Por exemplo, um semáforo com duas possibilidades, duas possibilidades quânticas, verde e vermelho. Você se aproxima dele por uma rua e sua amiga pela rua perpendicular. Dado que são pessoas ocupadas, ambas vão desejar o verde. Mas, qual escolha vai valer? Esse paradoxo, chamado de paradoxo de Victor Franz Hess (1883-1964), físico austríaco que descobriu, em 1911, os raios cósmicos ganhando o Nobel em 1936], porque o vencedor do Nobel da física, Victor Franz Hess nos deu esse paradoxo – não é facilmente resolvível – porque se você diz que a sua escolha domina, você será chamado de solipsista (aquele para quem só importam seu próprio eu e suas sensações).
Não tem nenhum problema nisso, mas a sua amiga também pensará da mesma forma – que ela é o centro do universo – e não você.
O paradoxo é apenas deslocado de quem escolhe para quem se torna o centro do universo. Dessa forma, esse paradoxo realmente frustrou todos os esforços em trazer a consciência para dentro da física por muitas décadas. Até que Ludvik Bass , matemático, professor emérito da Universidade de Queensland, que foi o último aluno de Erwin Schrödinger (1887-1961) físico austríaco que fez grandes contribuições à mecânica quântica, especialmente a “equação de Schrödinger” que descreve a evolução dos sistemas físicos sujeitos à mecânica quântica ao longo do tempo, pela qual recebeu o prémio Nobel de física em 1933, na Universidade de Dublin.
No artigo “A mente do amigo de Wigner”, argumenta em favor da existência de uma única consciência, uma única mente, uma única alma. O “amigo de Wigner” é também o nome de um paradoxo, proposto teoricamente pelo físico Eugene Wigner [(1902-1995), matemático e físico húngaro laureado com o prémio Nobel de 1963 por suas grandes contribuições para a teoria dos átomos nucleares e das partículas elementares, particularmente pela criação e aplicação dos princípios fundamentais da simetria. No final da vida, voltou sua atenção para assuntos mais filosóficos, como o significado da vida.
Com isso, acabou se interessando pela filosofia hinduísta Vedanta, na qual o universo é visto como uma consciência cósmica para reflectir sobre o momento em que se faz uma mensuração na mecânica quântica. a experiência desenhada para responder à pergunta mostra que Wigner acreditava nessa consciência única, cósmica, como necessária ao processo de medição na Austrália, eu em Oregon e Casey Blood ,físico e matemático, professor emérito de física da Universidade Rutgers, nome da Universidade Estadual de Nova Jersey. Fez pesquisas e tem artigos publicados em física quântica. Escreveu em 2001 o livro Science, sense & soul - the mystical-physical nature of human existence. Para Blood, o teorema de John Stuart Bell (ou teorema da impossibilidade de teorias de variáveis ocultas locais) implica uma base idealista para a realidade, pois requer o abandono de três elementos fundamentais na física clássica: realidade, localidade e indução, e em Nova Jersey chegamos todos à mesma solução. Uma solução muito estranha, fora do comum e muito mística. 
Ela consiste na ideia de que a escolha se dá no nível de um estado incomum da consciência, de unidade cósmica onde todos nós estamos interconectados. Essa interconexão da consciência – ou a própria consciência como uma interconectividade que transcende o tempo e o espaço e não requer uma conexão por meio de sinais– é nova e pertence somente à física quântica.
Esse conceito não pode ser gerado por nenhum tipo de física newtoniana ou nenhum tipo de extensão desta. Ele é radicalmente novo e é chamado de não-localidade quântica. Portanto, a consciência é não-local. É justamente isso que falta na expectativa do senso comum, que preconiza a possibilidade de mudar uma possibilidade num evento real com o cérebro a partir da nossa identidade comum e local, escolhendo assim coisas desejáveis para nós. Nós não podemos, infelizmente.
Jacobo Grinberg, um neurofisiologista da Universidade do México, verificou justamente isto, colocando duas pessoas para meditar juntas com a intenção de se comunicarem directamente, sem a troca de sinais.
Essa atividade elétrica pode ser medida pela máquina de eletroencefalograma conectada ao cérebro, o que normalmente se chama de onda cerebral e disso um potencial evocado é extraído. O que impressiona – e desafia qualquer tipo de explicação local do senso comum – é que o EEG conectado ao cérebro do outro sujeito não-receptor de nenhum flash de luz também revelou um potencial, virtualmente igual em intensidade e força.

Ciência alternativa.
Estamos a desenvolver um paradigma de uma ciência alternativa, estamos a desenvolver respostas alternativas às questões que a ciência comum – a ciência materialista – não consegue tratar.
Medicina alternativa, da psicologia transpessoal, da espiritualidade e do yoga.
Existem evidências enormes de que ocorre a cura quântica, os saltos quânticos, nos quais a consciência opta pela saúde no lugar da morte.


A alma humana tem consciência?
Sim, a alma humana tem consciência, mas depende do que você chama de “alma”.
Vamos esclarecer esse ponto.
Eu pressuponho que se refira à entidade sobrevivente após a morte.
É isso mesmo?
Se esse for o caso, então, depois da morte, as possibilidades não sofrem mais colapso tornando-se eventos reais. Então, tudo segue para o que chamamos de inconsciente, no nível das possibilidades. A consciência e a possibilidade estão lá, mas não há nenhuma conversão em curso de possibilidades em eventos reais.
Tudo isso, portanto, é consciência?
Sim, certamente, a consciência está lá, mas a alma é somente uma possibilidade ou um conjunto de possibilidades dentro da consciência.
Quais são as manifestações físicas da alma?
Quando você parte desta vida, as nossas memórias, armazenadas no cérebro – este que está ligado ao funcionamento da mente e que consiste num dos componentes dos corpos subtis -, e o próprio funcionamento da mente são modificados. É assim que desenvolvemos um carácter individual e a individualidade. E são essas modificações da mente e dos corpos subtis como um todo que, então, sobrevivem à morte. Dessa maneira, é preciso mostrar que alguém pode manifestar essas modificações, esse caráter modificado. Existem, de facto, pessoas, chamadas de médiuns, que têm a capacidade de canalizar essas entidades descarnadas – essas almas, por assim dizer – e, quando o fazem, seu próprio carácter sofre uma mudança radical.
Quando eles canalizam a entidade, eles são totalmente diferentes da maneira como normalmente vivem.
Aparentemente, eles são grandes curadores.
Operam, fazem curas maravilhosas enquanto canalizam essas amáveis entidades. As pessoas sentem o amor. E elas se curam de facto. E milhares e milhares de pessoas estão a curar-se assim na sua vida quotidiana.


Essas forças, essas energias, essas mudanças de frequência não teriam utilidade tecnológica?
Nós temos que esperar por algumas décadas. O motivo é a inércia actual da ciência normal, da ciência materialista, que é imensa. Leva muito tempo para se mudar uma mentalidade.
Já estão a usar os paranormais, por exemplo, para procurar tesouros submarinos.
Existem muitos incidentes com tais tesouros que remontam à Antiguidade. Como não se sabe onde estão, pois o oceano é muito vasto, usam-se os clarividentes e os paranormais para procurar por esses tesouros. E a taxa de sucesso é enorme.
Outro exemplo são os rabdomantes que procuram, por meio de uma varinha, de uma fonte ou de objectos escondidos. Adivinhação por meio de varinha mágica. A procura de água subterrânea com varinha rabdomântica funciona de acordo com princípios da ciência alternativa e não há nenhuma explicação materialista. Ele opera de acordo com o princípio da nossa sensibilidade à energia vital da água. As pessoas usam rabdomantes rotineiramente. Qualquer um que estiver a construir uma casa grande ou uma grande construção e precisa de água na propriedade e não sabe onde cavar usa um rabdomante e encontra o local a ser cavado. E é enorme o sucesso de sua utilização. Essas são algumas das aplicações já colocadas em prática.
Eu acho que todos os físicos quânticos daquele período, os principais do período, foram sem dúvida, Werner Heisenberg, Erwin Schrödinger, o próprio Einstein, que já mencionei. Não é amplamente conhecido que o próprio Einstein descobriu a não-localidade quântica. A ideia de que a física quântica contém esse conceito peculiar da não-localidade é justamente a razão pela qual ele não podia aceitá-la, pois parece ir contra a natureza da teoria da relatividade. Só agora podemos ver que ela ultrapassa a relatividade, pois o que ela diz é que a comunicação sem sinal deve acontecer fora do tempo e do espaço. Mas, na época de Einstein, não se podia conceber o universo com uma componente transcendente em relação ao tempo e ao espaço. Mas Heisenberg já falava do domínio da potência que está fora do tempo e do espaço. Einstein simplesmente não conseguia compreendê-lo naquela época e não podia acreditar na não-localidade quântica. A não-localidade quântica, porém, é verificada no laboratório físico em 1982, e, claro, para os humanos, como eu já descrevi, em 1993-94. São, portanto, experiências que fizeram toda esta mágica quântica ganhar vida.


Quanto à possibilidade de viagem no tempo e a origem do universo.
Tudo é possibilidade, como o Big Bang, que deve ter acontecido..., a teoria de Stephen Hawking (1942) físico e doutor em cosmologia, professor de matemática na Universidade de Cambridge. Provou o primeiro de muitos teoremas que fornecem um conjunto de condições suficientes para a existência de uma singularidade no espaço-tempo. Mais que isso, segundo Hawking essas singularidades caracterizariam a relatividade geral. Também sugeriu que, após o Big Bang, mini-buracos negros se formaram e a cosmologia quântica postulam que o universo deve ter se originado como universos de ondas de possibilidades. Dessa maneira, o que converte esses universos possíveis no universo real em que vivemos? O que o escolhe – e assim por diante–?
Essas perguntas são relativas ao mesmo problema da medição quântica, considerado aqui por nós. Se você diz que a consciência o faz, então surge a questão da ausência de qualquer ser consciente no momento do Big Bang. Por ser muito quente, um ser vivo não poderia nem mesmo sobreviver.
Portanto, essa é uma questão paradoxal legítima.
Na física quântica, as coisas permanecem como possibilidade até que um ser consciente, as observe. Isso somente é possível na física quântica. O pensamento clássico não te levará a lugar nenhum. A ideia, então, é que o universo espera como possibilidade, assim como o Big Bang, a criação das galáxias, das estrelas, dos planetas, a solidificação suficiente dos planetas, a formação da atmosfera... Tudo isso permanece possibilidade até que o primeiro ser vivo, aquela única célula viva... Isso aconteceu há cerca de quatro bilhões de anos na Terra ou, provavelmente, também, em outros planetas, o que é bem possível. Mas até que aquela única célula viva complete o que John Wheeler chamava de “circuito de significado”, complete o que eu chamo de circuito da hierarquia entrelaçada, na qual se pode aferir a medição quântica uma circularidade... Porque o observador é necessário para o colapso de um evento quântico.
De outro lado, o colapso é necessário para a criação do observador, isto é uma lógica circular, uma lógica de hierarquia entrelaçada que se aplica a todos os eventos da criação. Então, até que isso aconteça, até que o circuito de significado esteja completo, não há colapso, não há Big Bang. Como, então, acontece o Big Bang? Ele aconteceu – retornando do tempo, daquele momento do colapso do evento até a origem – há 15 bilhões de anos. Então, onde existe o Big Bang? Ele algum dia aconteceu de fato? Ele aconteceu somente de forma figurada, nas memórias. Então, como sabemos que o Big Bang aconteceu? É claro que as memórias do evento do Big Bang – radiação de microondas cósmicas – podem ser observadas. E é justamente o que observamos. Devemos reconstruir esse tipo de evento a partir dos termos da física quântica. Assim fazendo, excluem-se os paradoxos.


Em relação aos filmes "O Segredo" e "Quem somos nós?"
"O segredo" é particularmente falacioso, pois ele diz que existe essa atracção com a qual você pode atrair um desejo específico para você apenas sentando-se e esperando por ele. Eu não compartilho dessa forma de entender como as coisas são atraídas. Sim, as coisas podem ser atraídas, mas você deve desejar adequadamente, lembrando que sua intenção deve alinhar-se com a consciência cósmica e que você deve ser criativo ao desejar. Por isso, você não pode simplesmente não fazer nada e esperar que as coisas venham a você. Sim, a criatividade vem a nós, mas somente se trabalharmos e esperarmos, se trabalharmos e relaxarmos. Isso é amplamente conhecido, que o relaxamento é necessário para uma experiência criativa, a ciência materialista nunca te dirá. Mas as pesquisas demonstram que o relaxamento é necessário. Pensando em termos quânticos, isso é facilmente compreensível. Por quê? Porque as possibilidades quânticas se expandem quando não estamos causando colapsos nelas. E, quanto mais expandidas forem as possibilidades quânticas, mais possibilidades existirão dentre as quais você poderá escolher e, assim, a criatividade obviamente será maior. Essa era a idéia do filme Quem somos nós?.

Como a física quântica poderia beneficiar as empresas?
O capitalismo, em si, é uma ideia muito boa, completamente condizente com a ideia da consciência. De facto, o capitalismo tornou o processamento de significado disponível para muito mais gente do que antes de sua origem. Então, o capitalismo é totalmente compatível com a evolução da consciência.
Mas o que fizémos com ele desde então não é muito compatível com a ideia idealista, aquela de processamento de significado para todos.
É claro que podemos notar falhas cruciais até mesmo no capitalismo de Adam Smith (1723-1790) economista e filósofo escocês, considerado o pai da economia moderna, que defendia a livre concorrência, a divisão do trabalho e o livre comércio, como forma de alcançar a harmonia e a justiça social. O ciclo dos negócios, os ciclos de prosperidade e depressão, por exemplo.
John Maynard Keynes (1883-1946), criador da macroeconomia, que figura entre os mais importantes economistas do século XX e elaborou uma teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro. Na contramão das soluções neoliberais, Keynes defendia a intervenção do Estado na economia, por exemplo por meio de obras públicas e política fiscal, promovendo quando necessário uma redistribuição da renda, centrada no ser humano, que fornece dinheiro para as pessoas por meio de empregos públicos, possibilitando aos consumidores recuperarem a economia, ou a economia voltada para a oferta, na qual você fornece dinheiro para os ricos, o que não afecta a demanda e, portanto, não produz inflação.
Todas estas idéias funcionaram até certo ponto, não nego isto, mas o ciclo de prosperidade e depressão ainda não é eliminado.
Eu sugeri introduzir os corpos subtis como componentes da economia, do consumo e da produção, produzindo activamente energias subtis, como as energias vitais.
Podem ser produzidas? Sim, como a pesquisa de Abraham Maslow (1908-1970), psicólogo conhecido por ter proposto a “hierarquia de necessidades de Maslow” mostrou, muito tempo atrás, que existem pessoas que vivem repletas de constantes energias positivas maravilhosas de amor e assim por diante. Portanto essas pessoas poderiam fazer parte das empresas, poderiam ser empregadas pelo governo, essas pessoas poderiam ser um segmento da economia em tempos de recessão. Isso forneceria um maior amortecimento do impacto necessário para a recuperação dos negócios, porque é um facto que, estando satisfeitas, as necessidades materiais das pessoas são reduzidas.


O significado da palavra transcendência.
Ela quer dizer não-local.
Nós descobrimos que Deus é a consciência não-local.
Descobrimos o que significa causa descendente.
Descobrimos que causa descendente consiste na escolha a partir das possibilidades quânticas.
É esse Deus que a nova ciência sustenta.
E descobrimos que os corpos subtis existem sem dualismo. Porque os corpos subtis – tanto quanto os corpos materiais – são possibilidades da consciência. Esta mede a interacção entre essas possibilidades, à medida que causa o colapso das suas experiências a partir dessas possibilidades, momento após momento. Dessa forma, nós desenvolvemos um meio científico de falar sobre o que as tradições espirituais têm falado há muito tempo com a linguagem e o auxílio apenas da intuição. Isso é uma enorme conquista.
Sim, as religiões nos trouxeram muitos males, agora mesmo existem tantas guerras acontecendo no mundo por motivos religiosos... Eu mesmo sou definitivamente contrário a esse tipo de abuso da religião. Mas não se deve jogar fora as ideias básicas por causa disso, não se deve ser tão susceptível aos impulsos das emoções. Se você parar um pouco, verá que existe uma enorme sabedoria também nas religiões. Elas sempre nos falaram – mesmo o islamismo e o cristianismo, as facções em guerra hoje – sempre nos falam sobre as virtudes: amor, beleza, justiça.
São essas as coisas que as religiões querem que vivamos. E essa parte da religião é extremamente importante. A nova ciência é capaz de mostrar que, de facto, a evolução é uma evolução da consciência e na qual as religiões imaginam essas virtudes chegando à Terra e as pessoas sendo capazes de vivê-las. Esse dia virá como parte da evolução e nós temos um papel a desempenhar. E, quanto mais cedo realizarmos esse papel, melhor.
Por isso, estou a sugerir o activismo quântico para as pessoas.
Estou a propor às pessoas o uso das lições da física quântica, da forma como estão a ser reveladas pela nova ciência, para mudarem a si mesmas e o mundo ao seu entorno.

Se nem o Nicolau Copérnico (1473-1543) astrónomo e matemático polaco que elaborou a Teoria do Heliocentrismo, colocando o Sol como centro do sistema solar – e não a Terra, como no modelo anterior, do grego Claudio Ptolomeu– e lançando as bases para o desenvolvimento da astronomia moderna, foi bem aceite...imaginem a física quântica...
Durante cem anos, ninguém deu ouvidos para nada do que ele disse.
Até Galileu (1564-1642) astrónomo e matemático. Melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele pôde observar a composição estelar da Via Láctea, os satélites de Júpiter, entre outros. Foi a partir da observação das fases de Vênus que passou  a defender a teoria de Copérnico e assumir um enorme risco e fazer algo em defesa de suas ideias. O que, obviamente, também lhe custou bastante.

Hoje, felizmente, não precisamos passar por isso.
Não somos queimados num poste por publicar ideias radicais, e tais ideias possuem hoje maior apoio!
Isso, em si, é uma evolução da consciência.
Desde Copérnico nós evoluímos.
O que digo é que, não precisamos esperar cem anos – somente mais algumas décadas –, e a nova ciência atingirá a sua maturidade. Por enquanto, estamos apenas a pedir que vocês a chamem de ciência alternativa, da mesma forma que chamamos os métodos alternativos da medicina de medicina alternativa, a psicologia transpessoal de psicologia alternativa.
De uma forma semelhante, deixem uma biologia alternativa se desenvolver.
Esse nome, inclusive, já foi dado por muitos biólogos descrentes do darwinismo, mas que acreditam na importância do desenvolvimento no darwinismo, que eu também defendo em minha teoria... Enfim, deixem a ciência alternativa florescer.
Justamente por incluir a velha ciência, com o tempo essa nova ciência vai, automaticamente e sem esforço, se tornar o paradigma da ciência, porque os dados experimentais vão crescer e superar as objecções da ciência normal a essas teorias.
É assim que sempre acontece. E irá acontecer mais uma vez.





 Amit Goswami
Físico Indiano, radicado nos estados Unidos da américa há mais de 40 anos.
Professor de física da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos
Cosmologia quântica e as relações entre o corpo e a mente.
Filme "What the bleep do we know (Quem somos nós?), que foi feito inspirado no seu livro "O universo autoconsciente"
Livros:O universo autoconsciente, A janela visionária, O médico quântico, A física da alma.
No primeiro livro que Amit Goswami publicou, ele contraria a ideia de que tudo é feito de matéria e estabelece uma nova visão de mundo onde a consciência, e não a matéria, é a base de tudo que existe.
Em sua "janela visionária" defende um novo paradigma científico, no qual os valores humanos vêm em primeiro lugar.
Como "médico quântico" traz as orientações de um físico para a saúde e a cura.
E na Física da alma traça uma explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e as experiências de quase-morte.
Junto com outros nomes da ciência, falou de suas ideias no filme Quem somos nós?, que teve uma segunda parte depois: Quem somos nós? - uma nova evolução.
Os dois filmes misturam ficção e documentário e procuram mostrar que a realidade, da forma como é percebida pelas pessoas em geral, é ilusória.
Goswami diz que a realidade é algo que nós mesmos criamos e, portanto, podemos mudar.
Os filmes foram sucessos de bilheteria nos Estados Unidos e Canadá.
Também ganharam versão em DVD e foram distribuídos por quase todo o mundo
 



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