quarta-feira, 27 de maio de 2015

................o que nos irrita nos outros



Tudo o que nos irrita nos outros, 
pode levar-nos a uma compreensão 
sobre nós mesmos.

A sombra, segundo Jung,  diz-nos para ignorar as próprias fraquezas e projectá-las nos outros.

Para evitar a sensação de que não somos bons o bastante, vemos os que estão ao nosso redor como se fossem suficientemente bons. 
Inúmeros exemplos vêm à mente.

Alguns são triviais, enquanto outros são uma questão de vida ou morte.
A mais recente actriz de sucesso no cinema é criticada por perder peso demais, enquanto uma nação inteira se torna mais obesa.

Movimentos contra a guerra são denunciados como antipatriotas, enquanto todos estão a pagar impostos para matar cidadãos de um país que nunca fez mal algum à América.
Todos usam a projecção como uma defesa para evitar olhar para dentro de si mesmos.

Percebam que essa é uma defesa inconsciente.
O molde da projecção é a seguinte afirmação:

“Não posso admitir o que sinto, então, imagino que você sinta”.

Consequentemente, se você não consegue sentir a própria raiva, rotula um grupo da sociedade como violento e temível.

Se você inconscientemente sente uma atracção sexual que considera tabu, tal como atracção por alguém do mesmo sexo ou pensamentos de infidelidade, você acha que os outros estão direccionando esse tipo de atracção a você.

A projecção é muito efectiva. 
Um falso estado de auto aceitação é criado com base em “Eu estou bem, mas você não está”.

No entanto, a auto aceitação se estende a outras pessoas; quando você está bem consigo mesmo, não há motivo para determinar que o outro é que não está bem.

Você Está a Projectar?

Aqui estão as formas típicas que a projecção pode assumir:

Superioridade.
“Eu sei que sou melhor que você. Você deveria ver e reconhecer isso.”

Injustiça.
“É uma injustiça que estas coisas más aconteçam comigo” ou
“Eu não mereço isto.”

Arrogância.
“Tenho orgulho demais para me incomodar consigo. Até a sua presença me irrita.”

Defensiva.
“Você está a atacar-me, então, não estou a ouvir.”

Culpar os outros.
“Eu não fiz nada. É tudo culpa sua.”

Idealizar os outros.
“Meu pai era como um Deus quando eu era pequeno”,
“Minha mãe era a melhor mãe do mundo” ou
“O homem com quem eu me casar será o meu herói”.

Preconceito.
“Ele é um deles, e você sabe como eles são” ou
“Cuidado, esse tipo de gente é perigosa.”

Ciúme.
“Você está a pensar trair-me; posso ver isso.”

Paranoia.
“Eles querem apanhar-me” ou
“Eu vejo a conspiração que ninguém vê”.

Sempre que um destes comportamentos surgir, 
há um sentimento oculto na sombra que você não consegue encarar. 
Aqui estão alguns exemplos:

A superioridade:
Camufla o sentimento de fracasso ou o de que os outros o rejeitariam se soubessem quem você realmente é.

A injustiça:
Camufla o sentimento de pecaminosidade ou a sensação de que você é sempre culpado.

A arrogância:
Camufla a raiva acumulada e, abaixo dela, há uma dor profundamente arreigada.

A defensiva:
Camufla a sensação de que você é indigno e fraco. A menos que você se defenda dos outros, eles começarão a atacá-lo.

Culpar os outros:
Camufla a sensação de que você está a agir errado e deveria envergonhar-se disso.

Idealizar os outros:
Camufla a sensação de que você é uma criança fraca e indefesa, que precisa de protecção e cuidados.

O preconceito:
Camufla o sentimento de que você é inferior e merece ser rejeitado.

O ciúme:
Camufla o seu próprio impulso de desvio, ou um senso de inadequação sexual.

A paranóia:
Camufla uma ansiedade entranhada e sufocante.




Como pode ver, a projecção é muito mais subtil do que se imagina. 
No entanto, é uma porta aberta para a sombra. 
E uma porta dolorosa, já que aquilo que é visto como falha nos outros mascara o seu sentimento em relação a você mesmo. 
O ideal seria que pudéssemos parar de culpar e julgar de uma vez por todas.

Na realidade, desfazer a sombra é sempre um processo. 
Para interromper a projecção, você precisa observar o que está a fazer, entrar em contacto com o sentimento oculto sob a superfície, e fazer as pazes com esse sentimento.

Deepak Chopra

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