sábado, 27 de junho de 2015

.................. julgamentos precipitados



"Quando surgirem pensamentos indesejáveis, 
estes podem neutralizar-se convivendo-se com seus opostos".

Patañjali


Vencer a tendência natural a se deixar arrastar pelo julgamento precipitado é um passo importante na caminhada que é o Yoga. Se meu problema for julgar levianamente, posso resolvé-lo de maneira eficiente quando exerço esta continência verbal.
Isto quer dizer evitar o primeiro impulso para verbalizar uma ideia antes de que a análise de todos os fatores tenha sido concluída, para verificar se a minha apreciação coincide com a realidade dos fatos.
E, depois de guardarmos para nós mesmos esse tipo de julgamento, poderíamos fazer ainda um exercício de aceitação da situação, reconhecendo que cada pessoa faz sempre seu melhor dentro das circunstâncias que lhe cabem, ainda quando as acções pareçam ter sido feitas de maneira deliberadamente errada.

Assim, exercendo essa autodisciplina que nasce da continência e do esforço sobre mim mesmo, da minha motivação pela superação e do foco que mantenho na prática, fortaleço e purifico meu psiquismo e minha força de vontade.

No início, este exercício poderá nos parecer difícil, dada a imensa força dos condicionamentos, porém, se quisermos ter uma ideia de a quantas anda a nossa evolução e o nosso crescimento emocional, este é um bom termómetro: conseguimos, de facto, evitar o impulso de nos queixar desnecessariamente ou de falar mal dos demais?

O resultado do que Patañjali chama de pratipakṣa bhāvana,  é tornar a mente equilibrada, harmoniosa e construtiva, de maneira que ela seja nossa aliada no crescimento interior.
Essa mente purificada, por sua vez, nos ajudará a viver uma vida tranquila e dentro do dharma, o princípio da harmonia universal.

Pedro Kupfer

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