quarta-feira, 24 de junho de 2015

O Futuro



"Como podemos dar forma a um futuro se a base do amor se encontrar perturbada?
Se os melhores de entre os nossos filhos se opuserem aos adultos, cheios de indignação, já que estes não querem ver como destroem o ambiente, e se não fizeram seu o amor?

A nossa esperança são as mães. 
Por conseguinte tem de ser dada às mulheres a possibilidade de deixarem de ser consideradas propriedade do homem, a fim de incentivar o que houver vivo nos seus filhos e na vida.
Dizer isto não quer dizer que a própria maternidade deveria ser transformada num fim obrigatório.
É esse o problema.
Estamos programados pela nossa sociedade de tal forma que a “bondade” se transforma numa parte de toda essa loucura.
É que somos sugestionados no sentido de que a bondade é um fim em si, e assim uma boa mãe transforma-se na expressão da mitologia masculina do sucesso.
Se alguém quiser ser uma boa mãe por esta razão isso equivale a venerar o mito masculino sem disso ter consciência. Passa a ser este a determinar o valor de uma mulher, e não os objectivos autênticos dela.
Parir tornou-se um êxito.
A destrutividade da cultura dominada pelo Homem infiltra-se em tudo o que seja vivo.
...E assim as vítimas firmam um acordo com quem as destrói. E as mulheres que interiorizam desta forma o mundo masculino, embora sejam suas vítimas, ainda podem ter efeitos mais destrutivos que muitos desses homens, já que transmitem a ideologia masculina sob a capa da feminilidade.”
(…)

In, FALSOS DEUSES 
ARNO GRUEN

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