terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Gosto Que Me Digam A Verdade; Eu Decido Se Ela Dói Ou Não




"Ninguém gosta de ouvir mentiras. Não gostamos das mentiras piedosas, nem de que decidam por nós o que devemos saber ou não. Se a verdade vai nos magoar, somos nós quem temos que decidir isso.

As pessoas têm a mania de ocultar coisas que fazem, dizem ou pensam porque acreditam que assim evitam fazer mal aos outros. Mas não, na verdade não há nada tão dilacerante quanto a mentira, a omissão e a hipocrisia. Com eles, nos sentimos pequenos e vulneráveis, e ao mesmo tempo, gera-se desconfiança e insegurança frente ao mundo.


Não há nada que nos rompa mais por dentro 
e que nos revolva as vísceras 
tanto quanto que decidam por nós, 
que traiam a nossa confiança, 
ou que nos assumam incapazes 
de tolerar e viver certas experiências. 


Nenhum sentimento é inválido.
Ao longo da nossa vida, sofremos e choramos por centenas de situações causadas pelos outros. Entretanto, todos esses sentimentos e emoções nunca são inúteis; pelo contrário, grande parte da nossa aprendizagem é mediada pela dor.

Do mesmo modo, sofrer nos faz compreender e conhecer a nós mesmos, entender que somos fortes e que nada dura para sempre. Dessa forma, conseguimos administrar nossas emoções.

A nossa vida é nossa. Devemos vivê-la como quisermos e não como os outros julgam que devemos viver. Decidiríamos por alguém quem ele ou ela deve amar e de que maneira? Não, isso é uma loucura. É injusto tentar decidir pelos outros.

O poder de dizer as coisas de frente.
Dizer as coisas cara a cara é ser sincero, nada mais e nada menos. As pessoas confundem isso com a falta de educação, de tacto ou de prudência.

Como a sinceridade é um termo que leva a confusões e cada um tem sua própria versão do conto, vejamos algo mais sobre ela.

Ser sincero não quer dizer que devemos falar tudo o que nos vem à cabeça, de forma brusca ou a qualquer momento. Ser sincero com critério, empatia e ética não significa maquilhar a realidade, mas adequar a sua comunicação ao momento e à pessoa.

A sinceridade faz com que encontremos companheiros, gente leal, íntegra. Ou seja, boa gente. Como é óbvio, muitas vezes a intenção não é má, mas devemos saber que ao não dizer a verdade, estamos a faltar ao respeito com a pessoa “afectada”.


Não podemos tomar decisões pelos outros 
porque é assim que causaremos um verdadeiro dano. 
Um dano que é irreversível 
e que quebra as leis de toda a relação sólida e equilibrada. 


De facto, ao mentir a alguém privamos a pessoa da oportunidade de dirigir a sua dor e aprender a lição que ela tem que aprender. Por isso, é algo tremendamente injusto e abusivo.


A sinceridade dói naquelas pessoas que vivem num mundo de mentira.
A sinceridade nunca dói, o que dói são as realidades. Ser sincero sempre é um grande gesto, apesar de tudo e de quem for. Entretanto, pode acontecer de alguém preferir viver num mundo de fantasia, sem querer ver a realidade. Nesse caso, tudo é respeitável.

Entretanto, o mal de mentir ou de ocultar a verdade é que a partir daí ficam em dúvida mil verdades que quebram a confiança, a segurança e os sentimentos de amor mais potentes.

Em resumo, a verdade constrói e a mentira destrói. Cada um de nós está capacitado para assumir a realidade do que nos corresponde e, portanto, de resolver os possíveis danos que possamos sofrer.

Não podemos viver a esperar que a vida seja um caminho de rosas, nem para nós, nem para os outros. Assim, sempre que nos corresponda, deveríamos optar por sermos sinceros e não privar as pessoas da oportunidade de crescer superando as adversidades ou desconfortos de sua própria existência.

Lembremos que proteger alguém de um dano, com a possibilidade de causar outro ainda pior, não faz sentido."



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