segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Merecimento e o Pão da Vergonha




Merecimento é uma palavra reconhecida por qualquer um de nós.
Todos sabemos que os mais valiosos retornos são fruto dos maiores esforços.

A Kaballah chama mesmo aos retornos sem esforço de "Pão da vergonha". 
Acredito mesmo que as "sortes" ou aparente abundância de que muitos desfrutam não é mais do que essa mesma experiência do "pão da vergonha" como Yehuda Berg exemplifica no seu livro no exemplo do menino que antes do jogo começar, lhe é entregue a taça da vitória.

Podemos facilmente observar o mesmo fenómeno nos mais variados artistas de Hollywood que num tempo curto e à custa de publicidade se vêem como figuras publicas, afundados num excesso de exposição e fama sendo muitas vezes visto como pessoas fantásticas / perfeitas mas que nada corresponde ao seu estado de maturidade mental ou emocional. O fosso entre a imagem e a realidade é de tal maneira gigante, o custo de manter a imagem perfeita é tão elevado e exigente na anulação da própria identidade que não são poucos os que escolhem acabar com a vida ... quem sabe esta desilusão se junta a outras do passado, às tantas outras personagens em nós que depois de vidas de pobreza a acreditar que o dinheiro traria a liberdade e a felicidade, se juntem à presente para de vez aprender a lição e equilibrar a energia dos valores.

Um dia ouvi "Quando Deus quer castigar os homens, satisfaz-lhes os desejos".
... e assim é ... aquilo que por vezes nos parece uma bênção, sorte e abundância, esconde por trás uma enorme falta de identidade, um apego ao material desmedido e um vazio emocional 1000 vezes maior do que o mais comum do ser humano...

Como diz Paulo Coelho,

"Não podemos desfrutar do oásis 
sem antes termos atravessado o deserto."


Conclusão:
Não façamos comparações. 
Ou melhor, comparemo-nos sim com quem um dia já fomos, com a pessoa que éramos, com os padrões que carregamos das vidas passadas. Essa é a única comparação válida, equilibrada e justa. 
Comparações com os outros apenas nos descentram, principalmente quando a escala de evolução de um para o outro não se mede de maneira absolutamente nenhuma.

Sendo assim, amem apenas o vosso caminho, a pessoa que são hoje, os desafios escolhidos, as bênçãos recebidas, as conquistas interiores em termos de humildade, amor incondicional, fé e alegria.

O Merecimento será verdadeiro e será assim a energia essencial para fazer não só atrair a verdadeira abundância, como sentirmo-nos bem a recebê-la.
Muitos ainda não perceberam que esses retornos ou recebimentos não são imediatos, e nem virão sequer da pessoa a quem demos algo. Eles virão no seu tempo das maneiras mais imprevisíveis. Tal como quando damos agua e luz a uma semente e ela nos dá uma fruta uns meses depois.

Quando sentirmos que estamos a dar para sacos sem fundo aos quais não podemos fugir, aproveitemos para dar então com amor, plantando o que temos de melhor para quando vier a colheita ela ser feita de cabeça erguida e não recebida como "pão da vergonha".


Vera Luz


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