sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Flor de Lótus



A flor de lótus 
é um dos símbolos mais antigos e profundos 
do nosso planeta.



A flor de Lótus é uma espécie de flor aquática, com muitos significados para os países do Oriente, especialmente o Japão, o Egipto e a Índia. Ela é considerada sagrada e um dos símbolos mais antigos e mais profundos do nosso planeta. Nos ensinamentos do budismo e hinduísmo, a flor de lótus simboliza o nascimento divino, o crescimento espiritual e a pureza do coração e da mente.

O significado da flor de lótus começa em suas raízes – literalmente!
A flor de lótus é um tipo de lírio d’água, cujas raízes estão fundamentadas na lama e no lodo de lagoas e lagos. O lótus vai subindo à superfície para florescer com notável beleza.
O simbolismo está especialmente nesta capacidade de enfrentar a escuridão e florescer tão limpa, tão bonita e tão especial para tantas pessoas.

À noite as pétalas da flor fecham-se e a flor mergulha debaixo d’água.
Antes de amanhecer, ela levanta-se das profundezas novamente, até ressurgir novamente à superfície, onde abre as suas pétalas novamente.
Por causa desse ritualismo, os egípcios antigos associavam a flor de lótus com o Deus do Sol Ra, porque a flor se fecha durante a noite e se abre todas as manhãs com o ressurgimento do sol.

É também a única planta que regula o seu calor interno, mantendo-o por volta dos 35º, isto é, a mesma temperatura do corpo humano.
Outra característica peculiar são as suas sementes, que podem ficar mais de 5 mil anos sem água, somente a esperar pela condição ideal de humidade para germinar.


Lenda da flor de Lótus no budismo

Na lenda do Budismo relata-se que quando o Siddhartha, que mais tarde se tornaria Buda, deu os seus primeiros sete passos na terra, sete flores de lótus brotaram. Assim, cada passo dele representa um degrau no crescimento espiritual.
Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (dhyana) está simbolizada pela abertura das pétalas das flores de lótus, que podem estar totalmente fechadas, semiabertas ou completamente abertas, dependendo do estágio da expansão espiritual.


Lendas egípcias da flor de lótus

A flor de Lótus é uma planta sagrada no Egipto Antigo, onde é retratada no interior das pirâmides e nos antigos palácios do Egipto. Segundo uma lenda, a flor está relacionada à criação do mundo e o umbigo do Deus Vishnu, onde teria nascido uma brilhante flor de lótus e desta teria surgido outra divindade, o Brahma, o criador do cosmos e dos homens.
Outra lenda egípcia diz que o Deus do Sol Horus, nasceu também de uma flor de Lótus.


Lenda da flor de lótus no hinduísmo

Na Índia, uma pequena lenda conta a historia de sua criação:
Um dia, reuniram-se para uma conversa, à beira de um lago tranquilo cercado por belas árvores e coloridas flores, quatro lendários irmãos. Eram eles o Fogo, a Terra, a Água e o Ar.
Como eram raras as oportunidades de estarem todos juntos, comentavam como se tinham tornado presos aos seus ofícios, com pouco tempo livre para encontros familiares. Mas a Água lembrou aos irmãos que estavam a cumprir a lei divina, e este era um trabalho que deveria  trazer-lhes o maior dos prazeres.
Assim, aproveitaram o momento para confraternizar e contar, uns aos outros, o que tinham construído – e destruído – durante o tempo em que não se viam. Estavam todos muito contentes por servirem a Criação e poderem dar a sua contribuição à vida, trabalhando em belas e úteis formas.
Então lembraram-se de como o homem estava a ser ingrato.
Construído ele próprio pelo esforço destes irmãos, não dava o devido valor à vida.
Os irmãos chegaram a pensar em castigar o homem severamente, deixando de ajudá-lo. Mas, por fim, preferiram pensar em coisas boas e alegres.
Antes de se despedirem, decidiram deixar uma recordação ao planeta deste encontro. Queriam criar algo que trouxesse em sua essência a contribuição de cada um dos elementos, combinados com harmonia e beleza. Sentados à beira do lago, vendo as suas próprias imagens reflectidas, cada um deu a sua sugestão e muitas ideias foram trocadas. Até que um deles sugeriu que usassem o próprio lago como origem.

Que tal um ser vivo que surgisse da água e crescesse em direcção ao céu? Uma vegetal, talvez? Decidiram-se, então, por uma planta que tivesse as suas raízes rente à terra, crescesse pela água e chegasse à plenitude do ar. Ofereceram, cada um, o seu próprio dom.
A Terra disse: “darei o melhor de mim para alimentar as suas raízes”.
A Água foi a próxima: “Fornecerei a linfa que corre em meus seios, para trazer-lhe força para o crescimento da sua haste”.
“E eu a rodearei com as minhas melhores brisas, dando-lhe a minha energia e atraindo  asua flor”, disse o Ar.
Então o Fogo, para finalizar o projecto, escolheu o que de melhor tinha a oferecer: “ofereço o meu calor, através do sol, trazendo-lhe a beleza das cores e o impulso do desabrochar”.
Juntos, puseram-se a trabalhar, detalhe a detalhe, na sua criação conjunta. Quando finalizaram a sua obra, puderam despedir-se em alegria, deixando sobre o lago a beleza da flor que se abria para o sol nascente. Assim, em vez de punir o ser humano, os quatro irmãos deixaram-lhe uma lembrança da pureza da criação e da perfeição que o homem pode um dia alcançar.


Excertos de "Japão em Foco"

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