quinta-feira, 5 de maio de 2016

Lua Nova em Touro




  • O que estou a querer encontrar fora, que tem que nascer de dentro?...
  • O que estou a pedir a Deus que não sei dar a mim?...
  • O que não aceito em mim, e que estou à espera que os outros aceitem ou validem na sua interacção comigo que não sou?...
  • Onde me apego que se não tenho fora é porque não sou merecedor?...



Este ciclo lunar remete-nos para todas estas questões, necessidades que no inconsciente querem ser preenchidas fora, criando formas sobreviventes emocionais e mentais...
E não para tentar perceber porque o fora não preenche as suas necessidades...

A não aceitação de nós próprios cria o desenraizamento, porque não aceita permanecer em amor por si, no estágio onde está, o que significa que num comportamento lunar inconsciente permanece numa memória de auto punição, de auto exigência, o velho paradigma da perfeição... depois vai procurar fora a realização, a concretização, numa pessoa, numa situação, alguém tem que me dar aquilo que não me consigo dar a mim própria, mas o que está lá na sombra é uma criança sobrevivente, carente, à espera que a aceitem tal e qual como é...

Apegarmo-nos a essas realidades de crenças, de que é de fora que virá o bem estar, a paz, a realização, busca infindável e infrutífera, busca de um colo que a faça sentir-se amada, validando o merecimento...
Todas essas formas egoicas de noção de território de ter para se reconhecer...
Isso remete-nos para outro campo de observação interna mais profundo, mas básico...
Exigência...

A noção de território com qualidade, gradualmente vai-nos permitindo tomar consciência dos espaços emocionais sombrios, pois a sombra é a auto-condenação e a exigência que se divide em dois opostos: eu exijo a mim que tenho de aceitar tudo, ou eu manifesto o meu campo de autoridade, mas escondo-me inconscientemente na divisão, pois para reivindicar o meu território, julgo e critico o outro, não o aceito, porque para aceitá-lo lunarmente tenho a crença que tenho de permitir tudo.
É assim que nos apegamos a comportamentos extremistas que não devolvem qualidade às experiências interiores e exteriores...
Se não me dás essa qualidade, vou-te exigir, pois és tu, ou a situação que me tem que preencher o meu vazio...

A qualidade que a alma quer experienciar no corpo físico, na estrutura humana, numa 1ºetapa de consciência de auto-observação, começamos por identificar onde estamos a exigir de nós em relação com os outros, que nos devolvam a necessária segurança, para nos mantermos em relação com eles...
Caso contrário, entramos no confronto de egos, do que nós valorizamos e do quão errado estão os valores dos outros...

Qualidade não é violência mas sim, a capacidade de com paciência e perseverança nos irmos aceitando, não exigindo que temos que encontrar algo ou alguém para nos sentirmos bem, realizados e em paz com a vida...

Dar esse colo a Nós, simples e básica aceitação de quem somos e que nada está errado, nem temos que nos sentir inseguros, nem ter medo de que seremos castigados por não estarmos onde idealizamos que queriamos estar, ou ser...

Esta básica aceitação desformata automáticamente as ilusões da última etapa de evolução, a Era de Peixes, essa necessidade urgente de ter que chegar a algum lado, essa sobrevivência de ter que ter logo tudo, de perceber tudo, para sentir-me merecedor e realizar imediatamente...

Tudo se constroi com calma, mas deveremos preencher as nossas necessidades básicas, ACEITARMO-NOS, só assim iremos começar a construir uma segurança interior, que permanece dentro de si, que cuida de si, que se preenche com qualidade , que dá a si toda a segurança necessária para poder ir construindo um território interno fértil, e dessa forma realizar na vida sem violência, sem apego, sem carência, sem lutas...
A partir destes alicerces saberemos reconhecer a cada instante onde temos que nos nutrir, onde está a qualidade ou a não qualidade, e desapegarmo-nos do que não tem qualidade...
É um percurso individual, onde vamos aprendendo a aceitarmo -nos enfrentando os espaços emocionais inconscientes, onde ficávamos inseguros e vulneráveis perante valores diferentes dos nossos...

Profundo encontro com a Mãe interna cuidadora de Si, e não a criança carente que quer, suplica e fica furiosa de não lhe darem...
Assim nasce uma nova valorização individual onde a capacidade de criar bem estar é realizada a partir dessa paz, aceitação, segurança emocional, e materializa a abundância material e emocional neste terreno espiritual básico interno...
Aceitação de si...
Amor por Si...
É só o que o Divino espera de Nós, mais nada...

Ruth Fairfield

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