quinta-feira, 21 de julho de 2016

O que sentes pela criança que um dia foste?




O que responderias se te perguntasse: 

O que sentes pela criança que um dia foste 
quando te lembras que ela provavelmente não teve o amor que precisava, 
não era valorizada por quem a rodeava, 
não teve colinho, não se sentia protegida, 
ninguém lhe dizia o quanto ela era maravilhosa e especial 
e não se sentia segura com ninguém?


Infelizmente a maior parte ainda responde: "Pena"

Esta resposta, típica de uma profunda falta de empoderamento da própria história e de sabedoria para entender os porquês dos acontecimentos, é um dos muitos empecilhos que impedem a abundância de chegar a nós.

Ou seja, se ainda existe vitimização, se ainda há sentimento de pena em relação ao que passámos na infância, ainda não há resgate do nosso poder pessoal. 

  • Ainda não há responsabilização pela nossa história. 
  • Ainda não se activou o sentimento de amor próprio no trabalho de integração com a criança interior, que esse sim abre a porta da abundância. 
  • Ainda não conseguimos ver as dinâmicas Karmicas que nos trouxeram não o que queríamos, mas sim o que precisávamos e preparámos para a vida presente.


Se ainda existe um sentimento de pena pelas dores ou condições que passámos, não há ainda integração da sombra de considerarmos que um dia fomos nós a causar a mesma dor que agora sentimos, não há ainda noção de poder pessoal de sermos co-criadores da nossa própria história. Estamos ainda em estado de desempoderamento pessoal, presos à visão curta da ignorância de sermos vitimas de um qualquer carrasco fora de nós.

Quando fazemos o trabalho de integração, percebemos que nós e os outros somos a vítima e o carrasco apenas desfasados no tempo e no espaço. 
Percebemos inclusive que qualquer que seja o estado em que estamos ou estivemos na infância, ele foi uma escolha feita por nós, num nível muito superior do que aquele que a nossa mente consegue entender. 
É dessa perspectiva que seja qual for o nosso estado, ele é sagrado, é um degrau essencial na viagem rumo ao equilíbrio.

É dessa perspectiva que então passamos do sentimento de pena para o sentimento de orgulho de termos sobrevivido às provas que estavam traçadas.
É dessa aceitação e visão superior que nasce o sentimento de amor próprio quando percebemos que aquelas provas e a capacidade de as superarmos foram essenciais à nossa evolução e resgate de quem somos hoje.

Não podemos mudar o passado. 
Podemos apenas mudar a visão que temos do passado.

O objectivo da terapia da criança interior ou mesmo da regressão à vida passada não é a de mudar o que nos aconteceu, mas sim a de mudar a nossa própria atitude perante o que nos aconteceu. É sairmos da postura da vitima para a postura do herói. É sairmos da arrogância de resistir à dor ou de projectá-la nos outros mas a de aprendermos a aceitá-la como purificadora.

Ainda estamos longe de viver no tempo em que a mente caminha lado a lado com o coração.
Na maior parte do tempo os dois ainda andam desfasados no tempo e no espaço o que nos cria alguns dilemas internos. Por exemplo, a cabeça já entende e percebe a visão espiritual mas o coração ainda está preso na dor e no drama.

O mergulho interior, o trabalho de desenvolvimento pessoal é essencial para fazer esta união e conseguir este equilíbrio. Só através desta viagem interna conseguimos pacificar e libertar estas energias do passado para que consigamos passar da visão da 'pena' para a visão do 'amor' pela nossa história. Essa pequena gigante mudança é a diferença entre uma energia aberta e uma energia fechada. E todos sabemos pela qual ansiamos.
Aproveitemos então estes tempos quentes e banhos salgados para purificarmos os nossos corpos e as nossas energias.


Vera Luz


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