quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Trump e o Fim da História




É impressionante a quantidade de porcaria que se lê hoje na net sobre o resultado das eleições nos EUA...
Pessoas que são mais do mesmo, que só sabem destilar raiva, falar mal dos americanos e da sociedade americana... eu não gosto da sociedade americana, mas daí a destilar raiva por causa disso vai uma grande distância.
É só falar mal, sem dizerem nada de útil que se aproveite!
Pessoas que se acham tão esclarecidas, mais inteligentes do que os outros...
E depois, é sempre a mesma lengalenga... sem qualquer tipo de utilidade pública.

Deixo-vos aqui opiniões interessantes, a meu ver, sobre tudo o que aconteceu nos EUA ontem, que no fundo espelha a sociedade em que vivemos no Planeta Terra.
Isto reflecte a consciência de um povo a nível geral, e não apenas dos EUA, como tanto se fala hoje...  O Sistema está mais do que podre, e o fascismo é o regime político que melhor serve este ciclo do capitalismo, e está em marcha não só nos EUA como também na Europa.

Vejam abaixo uma série de mapas e guias que mostram detalhes da votação. http://www.bbc.com/portuguese/internacional

Ohio, Flórida e Carolina do Norte deram a vitória a Trump! 

1 - Os democratas confiaram demais na sua força no Centro-Oeste. 
Esses Estados foram reduto do partido por décadas, em parte por causa do apoio dos eleitores negros e da classe trabalhadora branca. Mas os brancos da classe trabalhadora, especialmente aqueles sem formação universitária - homens e mulheres -, abandonaram o partido democrata. Os eleitores rurais compareceram às urnas em peso e, assim como os americanos que se sentiram negligenciados pelo sistema e deixados para trás pela elite, fizeram as suas vozes serem ouvidas. 

2 -  O republicano mostrou-se à prova de balas. 
Embora tenha caído nas pesquisas após algumas polémicas, a sua aprovação parecia blindada - voltando a subir logo depois. Talvez os ataques tenham sido tão duros e rápidos que ninguém teve tempo de lhe tirar o sangue. Talvez a personalidade e o apelo de Trump fossem tão fortes, que os escândalos acabassem rebatidos. 

3 - Trump bateu em toda a gente. 
É provável que essa postura de Trump tenha provado a sua independência e status de "forasteiro", capaz de contrariar o rumo da política nos EUA. 

4 -  O reabrir da investigação sobre o uso de um servidor privado de e-mail por Hillary Clinton quando ela era secretária de Estado americana, a duas semanas das eleições, pelo director do FBI James Comey, nunca teriam sido um factor de influência se Hillary tivesse confiado nos servidores de e-mail do Departamento de Estado para as suas trocas de e-mail. Esse peso recai agora sobre seus ombros. 

5 -  Finalmente, os Instintos Apurados de Trump, em que protagonizou uma campanha nada convencional, mas mostrou que sabia mais do que os especialistas. Gastou mais em chapéus do que em pesquisas. Viajou para Estados como Wisconsin e Michigan, que os analistas diziam estar fora de alcance. Realizou comícios de massa, em vez de pedir votos de porta em porta. Todas essas decisões - e muitas outras - foram ridicularizadas em rodas de "especialistas". 
No final, as suas estratégias deram certo. 
Diziam que ele estava isolado...que não tinha como ganhar. 
É o que dá subestimar uma fera destas...



"A eleição de Donald Trump tem e terá muito que se lhe diga, mas deve ser por ora aplaudida como o triunfo da ciência política (e dos porcos). 
O conde Alexis Tocqueville publicou “Da Democracia na América” (em francês, De la Démocratie en Amérique) em 1835, uma panorâmica dos Estados Unidos dos anos 30 do século XIX, e neste texto visionário deixou escrito o modelo que leva à possibilidade da eleição de tipos como Trump num sistema político único no mundo com as suas virtudes e defeitos.
Nessa viagem de nove meses baseada no pressuposto de estudar o sistema prisional, o conde fascinou-se com o sentido de dedicação das pessoas comuns ao processo político.
Andrew Jackson era o presidente e os partidos políticos estavam num processo de mutação, deixando de ser pequenas organizações controladas por elites locais e comissões eleitorais para se tornarem corpos massivos, capazes de eleger funcionários para os níveis local, regional e nacional e criando o esteio democrático para a eleição de génios ou imbecis na mesma medida.

A lacuna do livro de Tocqueville está apenas na ausência de um estudo sobre a pobreza nas cidades e a escravatura, mas deixou pérolas de entendimento para não nos espantarmos hoje com a eleição de deuses encarnados ou trogloditas de Neandertal capazes de num curto espaço de tempo tudo fazerem para devolver o mundo à Idade da Pedra.

Em última instância, o povo é quem mais ordena e lá tal como cá, há espaço na mesma sebenta para Salazar, Eanes, Sá Carneiro, Sócrates ou ou Passos Coelho, como no solo americano nos impressionamos com o tumulto e o prazer do povo em tomar parte do governo e discutir as suas medidas, levando as mãos à cabeça (ou ao coração) diante dos perigos de ser governado por um fundamentalista acéfalo."

Tiago Salazar



"Trump ganhou. Nós perdemos. Por nós quero eu dizer os meios de comunicação social dos EUA e da Europa. Segundo as histórias que nós contámos aos leitores e uns aos outros o que acaba de acontecer era impossível.

As nossas sondagens e opiniões – incluindo as minhas – não só se enganaram redondamente como contribuiram para criar um perigoso unanimismo que fez correr uma cortina de fumo digno dos propagandistas oficiais dos estados totalitários.

Eu leio todas as semanas duas revistas conservadoras americanas – The Weekly Standard e National Review. Leio todos os dias o igualmente pro-Republicano Wall Street Journal. Em nenhum deles fui avisado que Trump poderia ganhar.

Sinto-me vítima de uma conspiração – não da parte de Trump mas da parte dos media. Aquilo que aconteceu não foi a cobertura das eleições americanas, mas antes uma vasta campanha publicitária a favor de Hillary Clinton onde até revistas apolíticas como a Variety participaram.

Donald Trump foi sujeito à maior e mais violenta campanha de ataques pessoais que alguma vez vi na minha vida. Todos as principais publicações alinharam entusiasticamente. Sem recorrer a sites de extrema-direita o único site que defendia Trump foi o extraordinário Drudge Report. Foi só através dele que comecei a achar – e aqui vim dizer – que o eleitorado reage sempre mal às ordens paternalistas dadas por uma unanimidade de comentadores, jornalistas e celebridades.

A eleição de Donald Trump foi um triunfo da democracia e uma derrota profunda dos meios de comunicação social.

Claro que Trump não é nenhum outsider. É um bilionário que sempre fez parte da ordem estabelecida, da elite que dá as ordens e manda na economia dos EUA. É um amigo de Hillary e Bill Clinton que só se tornou ex-amigo porque lhe deu na gana ser presidente dos EUA.

Agora é. Conseguiu o que queria. Há-de voltar as costas ao eleitorado que o elegeu logo que perceba que a única coisa que esse eleitorado tinha para lhe dar já foi dado: os votos de que ele precisava para ser eleito.

Já fez o elogio de Hillary Clinton. Já disse que vai representar todos os americanos. Vai-se tornar lentamente um republicano moderado e liberal. Os oportunistas têm sempre essa vantagem da metamorfose.

Trump ganhou contra grande parte do Partido Republicano mas foi graças a ele que o Partido Republicano manteve a maioria no Senado e no Congresso. Se Trump fosse o populista aventureiro que finge ser aproveitaria para minar o sistema político vigente, tirando partido do poder político pessoal que agora tem.

Mas não fará nada disso. O Partido Republicano tem agora tudo na mão.

Trump presidirá à complacência do poder político instalado, do poder recuperado das mãos de Obama. O velho sistema político será reforçado e os beneficiários serão os de sempre: os que menos precisam.

E os media? Que vamos nós fazer? Continuar em campanha? Continuar a enganarmo-nos e a enganar quem nos lê?

Mostrarmo-nos surpreendidos e atónitos não chega. Só revela o mau trabalho que fizemos. Dizer que foi um choque, que ninguém estava à espera só aponta para o mundo ilusório onde reside a nossa própria zona de conforto.

Não é Trump que tem de dar uma reviravolta. Somos nós. Trump ganhou porque foi eleito. Nós perdemos porque fomos derrotados pelos nossos próprios preconceitos e pelo excesso de zelo com que perseguimos a vitória de Hillary Clinton.

É um dia feliz para Donald Trump e para a maioria que o elegeu. Para nós é um dia triste e, do ponto de vista profissional, pelo menos para mim, vergonhoso."


Miguel Esteves Cardoso



"Bem vindos aos primeiros instantes de Marte em Aquário em recepção mútua com Urano!!!!!!
Que é como quem diz,
Tudo pode acontecer.
Principalmente o improvável, o imprevisível, o impensável!

Desígnios insuspeitos se cumprem por vias imponderáveis,
Sabendo que daqui por poucos anos um novo ciclo político e social colectivo realmente inicia,
que esta não é senão a fase final de um ciclo que quase se fecha.

É como estar a discutir a importância de arrumar as cadeiras de uma maneira determinada no salão de festas do Titanic, enquanto este se afunda,
E esquecer o fundamental, que é: Cada fase e momento cumprem a sua função, como evolução inevitável das fases anterior, e preparação necessária das fases seguintes.

E achar que a Hillary Clinton seria 'uma boa' solução é perder de vista o essencial, que é isto: ela só seria 'boa' comparativamente ao Trump, que acabou por funcionar aqui como uma manobra de diversão (literal e metaforicamente) - o homem nasceu para viver num reality show, é pena é que foi nisso mesmo que se transformou a sociedade actual, e nesse particular, o Trump não é senão um produto, um reflexo e uma resposta inevitável à sociedade à qual corresponde.

- imagino os reptilianos senhores deste mundo a conversar entre si: como é que fazemos para a populaça eleger a Hillary acreditando que estão a fazer uma escolha, boa, e livre? Já sei, fazemo-la concorrer com um ainda pior. Se queremos que elejam o nosso candidato das 28 dioptrias, apresentamos como alternativa um cego de nascença. É o chamado 'mal menor' - aparentemente. Até ver. Mas não vão ser os cegos, nem os míopes, a ver. Esses vão é regozijar-se por não terem eleito o cego. E por ganhar o míope, o que para efeitos práticos, vai dar ao mesmo.

Mas a Clinton não ganhou. Ganhou o reality showman: psicopata, narcisista, mitómano, descarado, sobrevivente, separatista, preconceituoso, cheio da ilusão de si próprio e a querer defender-se, e à sua tribo, dos 'xenoi', dos bárbaros, dos diferentes, dos estrangeiros: é a versão moderna do homem das cavernas.

E pelos vistos ainda faz um sucesso tão grande que se torna presidente de uma grande nação moderna.

É portanto um dos sintomas da nossa 'civilização'

Se a Hillary tivesse ganho, voltaríamos todos ao sono tranquilizados. O mundo dos índios e cowboys estaria novamente em ordem, a política seguia o seu rumo de sempre, a ameaça da nossa própria psicopatia (projectada fora, sobre o Trump) teria sido afastada, o susto de pensar que um reality showman estaria à frente dos destinos da potência mundial teria passado. Não que um Reagan, que era actor, não tivesse aberto um precedente. Mas esse Trump, esse seria um escândalo inadmissível e impensável. Se a Hillary tivesse ganho, e com ela os poderes que a suportam e que ela defende, poderíamos regressar todos à indiferença, apatia, e distracção dos nossos sonos e transes.

Mas ganhou o Trump. No momento exacto em que Marte ingressou em Aquário e iniciou uma recepção mútua com Urano.

De modo que o mundo todo de repente acordou e ficou alerta, atento, nervoso, sem saber o que esperar, nem imaginar o que aí vem: como se estivesse, nem que por um momento, não só vivo, mas acordado.

Urano Marte: e isto significa reviravolta inesperada.
Ser acordado de repente de um sonho, com um choque,
E só daqui por uns anos é que um ciclo novo realmente se inicia.
Só aí é que teremos a consciência da irrealidade em que vivemos!!!"


Nuno Michaels



"É muito interessante fazer a ligação entre as características da população e a forma como votam ou poderão votar: os níveis de escolaridade, por exemplo, em Massachussets, onde 38% dos cidadãos já concluíram a licenciatura, levam a que neste momento a Hillary Clinton esteve à frente nas sondagens por quase 30 pontos percentuais. Em outros estados como no Alabama, Mississipi ou Wisconsin, onde um terço dos eleitores não completaram o ensino secundário, o Trump está a ganhar.

Há uma massa silenciosa que nem por isso é insignificante. Há muita gente com razão para se revoltar.

O voto de Trump é um voto de um homem branco, mais velho, e de classe média-baixa e uma certa perspectiva eles têm razão. Tanto Democratas como Republicanos esqueceram-se da faixa mais baixa da população americana. São 45 milhões de americanos a viver abaixo do nível de pobreza, que é de mil dólares por mês por pessoa e não se faz muito com mil dólares por mês. Nenhum dos partidos se lembra deles excepto durante as eleições. O poder de compra desta gente é mais baixo hoje do que há 40 anos. Estas pessoas sentem-se marginalizadas e não querem votar num político dentro do sistema. Trump conseguiu passar a mensagem que ele é o candidato alternativo. Claro que eu não acho isto correto, ele é multimilionário, herdou a fortuna, ele não tem nada a ver com a minha ideia de alternativo.

E não é só entre os Republicanos, muitos deles recusando apoiar Trump, outros tornando pública a sua intenção de votarem em Hillary Clinton, que uma “guerra civil” pode estoirar. Não será uma guerra com armas mas durante o último ano foram vários os artigos onde se falava de um país dividido, com medo do vizinho, mesmo antes de ir a votos. Como escreveu o jornal National Post: “As pessoas falam sobre comprar armas para se protegerem de eventuais perigos. Falam de locais onde já não vão e isto é quando falam umas com as outras. Conversas casuais transformam-se em conflitos, amigos desaparecem simplesmente do Facebook uns dos outros”.

Segundo uma sondagem do Wall Street Journal quase metade dos Americanos (45%) acreditam que os Estados Unidos são “menos fantásticos” - “less great”, a palavra preferida de Trump - do que no passado. Mais de 35% acha que está tudo igual e apenas 16% considera que o país está melhor. A coesão social pode sair danificada?

É possível, sim. Conhece a metáfora da caixa de Pandora? Trump tirou a tampa da caixa de Pandora e toda aquela gente super conservadora, racista, misógina, homofóbica começou a pensar ‘já podemos falar em voz alta que não gostamos dos mexicanos, já podemos falar em voz alta que não gostamos dos judeus’. Ele deu essa oportunidade às pessoas. 
A pergunta é: depois da eleição o que é que vai acontecer àquela gente?
Vão voltar para a caixa de Pandora e algum vai fechar a tampa?
Não sei. Mas é um país extremamente polarizado no momento isso não há dúvida.

Mas o sectarismo e o isolacionismo que transpiram dos discursos de Trump não são conceitos estranhos na Europa onde Nigel Farage, no Reino Unido, ou Norbert Hofer, na Áustria, têm feito carreira sustentados pelos mesmos alicerces.

Este perigo não vai desaparecer e foi por isso que eu falei da educação.
A solução para isto tudo é educar as pessoas. 
As pessoas com uma formação superior não são tão susceptíveis mas mesmo ai, no caso dos Estados Unidos, existe um problema. 
Há uma faceta do sistema americano que os europeus não compreendem. 
Os municípios locais podem determinar uma grande parte do currículo. Há escolas, nas zonas rurais principalmente, onde nem sequer ensinam a teoria da evolução. Há alunos com 18 anos que chegam à universidade sem ouvirem nunca falar de evolução! Imagina a cabeça dessa gente.
Eu sou a favor de um currículo federal. A única solução é educar, educar, educar! 
Se todos os estados fossem como o Massachussetts não existia nunca um Trump a chegar tão longe”.


Richard Zimler


A caixa de Pandora estava aberta explicitamente desde o 11/9 com a casta globalista que o provocou através de Bush, aberta com o terror Islâmico e insegurança total que a Sra Hillary tutelou, armou e financiou, aberta com a vigilância e intromissão total nas nossas vidas para servir o império, não o dos EEUU mas o da élite financeira mundialista e grandes corporações internacionais.
A xenofobia, homofobia e o racismo emergem de facto como reacção primitiva à desestruturação rápida de valores, à diminuição de soberania dos povos e destruição de países com o patrocínio dos mesmos interesses globalista.
E é também uma oportunista manobra de diversão que nos dispersa. E distrai com a preciosa colaboração de todo mainstream mediático e "cultural" gerido pela referida élite globalista e seu suporte fundamental.
As reacções primitivas não se recomendam nem desejam.
Como os tremores de terra.
Mas podem ter a vantagem de ajustar e reverter distorções, e de reequilibrar.
O tempo o dirá!
Não haja dúvida, é na educação ou falta dela que residem quase todas as respostas.
Não esquecer que 32 milhões de americanos são analfabetos, e que 45 milhões de americanos estão a viver abaixo do nível de pobreza.
Foi para esses que Trump fez a sua campanha... para quase metade dos Americanos (45%) que acreditam que os Estados Unidos são “menos fantásticos” - “less great”, a palavra preferida de Trump na sua campanha.
Nada do que ele disse foi por acaso...o resultado está à vista!
E o facto de Hillary Clinton ter tanta merda escondida debaixo do tapete ajudou e muito!



Para finalizar, recordo um post antigo sobre Trump
 americas-shadow-real-secret-of-donald-j.html








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