domingo, 12 de março de 2017

BRANCO AMOR





Mancha o meu nome branco
Tom a tom
Com suas cores fortes
Ressoa no meu pensamento seu som:
Quando te vi, te toquei e te acolhi
Para os meus braços veio o imenso
Tom de branco amor.

Tão branco que mudou a feição de toda a tarde
Teu beijo alegre, teu toque suave
Teus lábios a me repetir:
Te quero e sei que é para partir
Te quero e sei que tudo tem fim
Te quero e sei que quero, só assim

Mármore teu, esculpido
Meu corpo ainda quente do bater frenético do teu amor
É agora a estátua morta, musa imortalizada
Sem cor, estática.

Nossa história viveu e morreu
Terna e feliz em um tempo
Que de guerra em guerra, os gigantes da dor
Eu derrotei.

(você me fez feliz e sentir feliz, forte me fiz)

E adeus.
Te incluo nos meus tons mais negros.
Te lanço ao túnel dos tempos...
De tempo em tempo vou me recordar dos beijos,
do longo abraço e do meu gentil apelo:
te deixo com lágrimas e olhos cheios de tons, refletidos da minha alma, branco amor...

Olha por mim de longe
De lembrança morta te ressurjo em saudade
Mesmo de longe continua a me despir em memória
E, sobretudo, continua a me vestir de ternura
Para que valente e sozinha
Eu possa enfrentar, no frio, aquela gente
E o mundo seco, todos os dias.


MAÍRA FRANCO



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