quarta-feira, 15 de março de 2017

HORA QUE NÃO PASSA





Dizer adeus, perder as forças,
fazer-se ao mar, soltar amarras,
cravar garras no passado ainda presente, 
no olhar ausente
de quem sofre e sente, 
no coração apertado
de quem esconde e consente
ser e já não estar. 
No instante de ir embora,
a hora não passa. Estaca.
Alarga, na esperança oprimida e baça,
uma mágoa que, disfarçada, traça
a suspeita de não voltar,
a dúvida de permanecer.


MARGARIDA FARO



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