sábado, 30 de dezembro de 2017

................................. desejos para 2018





Há mais de 10 anos que escrevo os meus desejos num papel, dobro em 6 pedaços e guardo na minha carteira até à última noite do ano (não convém trocar de carteira).
Na última noite do ano, já terei escrito os desejos para 2018 e lido os de 2017.

Confesso que não me recordo exactamente de tudo o que pedi.
Mas tenho agradável sensação, de ter colhido muito acima do que sonhei.
Aproveito que estou no Alentejo, que hoje já andei de enxada na mão, para comprovar que raramente se colhe acima do que se semeia.

Há algumas regras concretas na definição dos desejos:
– Devem ser concretizáveis no prazo de 12 meses
– Devem ser mensuráveis
– Devem ser específicos e objectivos
– Devem depender essencialmente de nós para a sua concretização
– Se soubermos muito bem o que queremos, podemos dar-nos ao luxo de ter dois extras:)
– Não vale pedir genéricos: Amor, Saúde e todo aquele vernáculo zodíaco generalista que nos iliba de tudo, porque não se pode pedir tudo.

Não é assim tão fácil, como parece, pedir.
Enfim, pedir até é fácil, mas na tarefa de definição dos desejos é um pressuposto que se vá ao fundo de nós mesmos, que procuremos aqueles vazios, os nossos buracos por preencher, os sonhos adiados, os desejos inconfessos, os confessos, os desmedidos e os impedidos.

Nem tudo o que desejamos muito nos preenche. 
Esse é logo o primeiro erro, o mais fácil e o mais comum.
Até podemos arrastar desejos de ano para ano, mas convém perceber se funcionam como uma cenoura, ou se são vontades de outros, mascaradas de desejos nossos. 

  • Porque é que se pede insistentemente algo, se nada se faz para que realmente se concretize? 
  • E não serão os sonhos gigantes uma forma legitimada de se tornarem inalcançáveis?

Nem sempre foi assim.
Fui aprimorando a minha lista, como acredito ter feito com o meu carácter e com a minha vida. Assim, cada ano que passa, sinto uma responsabilidade acrescida no balanço das minhas concretizações.
Mesmo antes de desdobrar o papel, posso dizer, sem pedir licença, que sou muito feliz.
E que a Sorte, que alguns dizem que tenho, também depende deste exercício tão pequeno, nesta data tão sem importância em que se vira o ano.

E os sonhos não se adiam.
E a vida há só uma.


Isabel Saldanha



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