terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Um no Outro





Desejo
A visão do teu corpo lânguido
Deitado sobre o leito do quarto

Vislumbro nas sombras
Que se projectam na penumbra
O erotismo de dois corpos
Que se compreendem,
Ansiando o momento do abandono
Ás linguagens idiossincráticas
Da natureza metafísica e intemporal
Do desejo.

Lábios tumescidos e ardentes
Aspiram a tez láctea que reveste
Quem és.

Cabelo seríceo cai
Sobre os teus ombros
Afagando docemente
O rosto de menina carente
Onde se ante-vê a malícia da
Feminilidade felina de um olhar.

O contorno delicadadamente decalcado
Dos teus seios
Onde me perco
Rumo à Origem do Mundo,
Onde experiencias a plétora sensorial.

E no fim,
O cheiro do teu corpo depois do amor
Enfim, eu em ti, tu em mim,
Um no outro.


Rui Amaral Mendes 






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